segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O COMBOIO CORREIO DAS 5 da MANHÃ


O COMBOIO CORREIO DAS 5 da MANHÃ


Os alunos que não viviam na cidade de Faro, para se deslocar há cinquenta anos para a Escola, faziam-no quase todos, através do único meio de transporte que existia nessa época: o comboio Correio, que chegava a Faro às sete horas da manhã.

Esta exigência da vida dos alunos da Escola, que foram crianças também, só é possível ser contada por um deles, porque só eles sentiram na pele e viveram os acontecimentos, porque, se for eu a contar aqui, a coisa perde força, porque eu já ouvi contar isso e não vivi, vou recontar e portanto, o impacto será menor.

A coisa começava em Messines e vinha por aí fora até Faro. Apesar de ser bastante cedo, a rapaziada não se fazia rogada e à chegada estava fresca como uma alface, apesar de há momentos atrás, os pais tivessem tido a maior das dificuldades para os preparar para a Escola. .

Falta fazer essa homenagem a todos os Pais, mas sobretudo aos Pais destes alunos, que ao frio, calor ou outra temperatura qualquer, preparavam os filhos e os lançavam para a vida, melhor, para o comboio das cinco da manhã.

Estas crianças foram uns heróis, porque iam todos os dias e vinham todos os dias do e para o seu local de trabalho, que era a Escola. E nunca disseram não. E se apenas alguns se licenciaram, todos conseguiram um bom modo de vida.

Às vezes, quase não tinham tempo para dormir, o mesmo para estudar, porque o comboio estava a chegar. Disse-me o Firmino Correia Cabrita Longo, que residia nas Fontainhas de Albufeira, aí a uns bons dois quilómetros da estação, que muitas vezes vinha pela linha, por ser mais perto, porque tinha que apanhar o comboio.

E a mãe a dizer-lhe, tem cuidado meu filho... olha o comboio. Como ficava aquele coração de Mãe?!...

Alguém terá de contar estas histórias para o blogue.

Tem a palavra, melhor, a caneta, o Honorato Viegas.

Texto de
João brito SOUSA

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