sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SAUDADES

SAUDADES
A ESCOLA (II)

Entrei na Escola das senhoras D. Lídia, D. Alda e D. Teresinha, em sua casa na Senhora da Saúde, tinha aí 5 ou 6 anos. Andava na escola paga, como se chamava a esse estabelecimento de ensino, digamos assim, e as senhoras eram as filhas do mestre Vicente, que tinham sido nossos vizinhos nos Braciais e pessoas conhecidas da minha mãe.
Fazia equipa com o meu primo Zé Louro, também costeleta e tínhamos que andar aí uns três quilómetros, mais coisa menos coisa, para lá chegar.
Um dia decidimos não ir à Escola e ficámos umas 4 horas por detrás dum valado, enquanto íamos desbastando o lanche. Chegámos a casa cedo demais e foi o diabo. Já ? … perguntaram as nossa Mães …
Aí, aprendemos as primeiras letras e o significado dos números, as dezenas, talvez. Creio que quando saímos de lá para a primária jásabíamos ler. Mas será que sabíamos ?... Cada vez é mais difícil ler, diz Lobo Antunes. E diz mais, “a leitura é uma coisa que se educa. Que se ensina e que se aprende. O problema, é que qualquer grande escritor tem de ensinar os seus leitores a lê-lo.”
Acho que sim.
Fiz uma escola primária com relativa facilidade, talvez mais por mérito da senhora D. Helena, a professora, mas eu também acho que tinha qualquer coisa no caco. E depois veio a Escola Industrial e Comercial, da qual tenho boas e más recordações, como é natural.
Entrei em 53 e, na altura, já lá andava o Jorge Tavares que, já disse aqui, era um excelente aluno. Mas havia muitos outros bons alunos que fizeram uma carreira académica e profissional com brilho, mentes brilhantes mesmo.
Cito um nome, sem prejuízo de outros, o Manuel José Coelho Guerreiro, de Paderne, por quem muitos me perguntam. O Manel está bem e está bom.
Sei disso porque às vezes falo com ele. Numa dessas vezes contou-me aquela cena da carta, ou postal, que o saudoso Zé Eusébio do BPSM lhe enviou, com a seguinte morada: Exmo senhor MJCG, rua do Lá Vai Um, PADERNE.
E a carta foi entregue ao destinatário.
E é aqui que eu me revejo. Nos bons amigos que consegui na escola e nos valores que, podemos dizê-lo, praticamos e são o lema da Associação.
VITALIDADE, FRATERNIDADE e SOLIDARIEDADE.
Viva a Escola.
João Brito Sousa

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