quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A PRAIA DE FARO

A PRAIA DE FARO
A PRAIA DE FARO
Escreveu-se o tema “A Cidade de Faro” e, porque não a Praia de Faro?
Mas falemos naquele tempo em que a praia da nossa cidade tinha beleza, tinha nostalgia, principalmente à noite para quem lá passava as férias.
A estrada e a ponte dos carros quebraram-lhe essa beleza.
- Onde vais “moce”?
- Vou à praia e vou apanhar o “gasolina”.
Que me recorde eram 3 os “gasolinas” que faziam a carreira para a praia: o barco da camionagem EVA, e mais dois em que o Mestre de um deles era o “chora meninos” e do outro “o Cantiguinha”. Nunca tive conhecimento o porquê destes apelidos. E havia, tabém, o Mestre Chico. E a malta lá ia, barco cheio, em que os Cabos do Mar inspeccionavam se havia lotação a mais.
Depois do “Ramalhete”, durante a baixa mar, os barcos encalhavam
- Toda a gente para a proa! Gritava o Mestre, ou para a popa, conforme o caso, para que o peso ajudasse a desencalhar.
E o barco seguia o seu rumo para a praia.
Existiam três pontes para embarque e desembarque. O “moce” ficava sempre na segunda, na chamada ilha de baixo.
E dirigia-se para a Tasca (restaurante) da Tia Isabel.
- Menino, vá ao meu quarto vestir os calções e deixe ficar a roupa em cima da cama. E vá para a costa. Era assim a Tia Isabel, de uma grande simpatia.
E lá ia o “moce” para a costa ao encontro das moças conhecidas, muitas delas a morarem na praia durante as férias.
À sombra dos toldos e três dedos de conversa. Banho e mergulhos. Depois, juntava-se um grupo e todos iam passear até à barrinha.
O Tio Chico, marido da Tia Isabel, dedicava-se à pesca. Ele e o filho mais velho, ao cair da noite iam de barco lançar o aparelho e as murejonas para apanharem o peixe. Geralmente muxarras nas murejonas e robalos, sargos, safias e outra qualidade, nos aparelhos.
E a malta, para almoçar, escolhia o peixe grelhado pelo Tio Chico ou a caldeirada, deliciosa, naquele grande tacho que a Tia Isabel cozinhava.
E à tardinha, depois da companhia sempre agradável com o sexo oposto, regressávamos à cidade, satisfeitos com a companhia, o almoço, bronzeados e por um dia bem passado.
E, no dia seguinte, porque a malta estava de férias, lá íamos embarcar no gasolina. Outros viajavam nos seus barcos particulares, à vela ou a motor. e a remos. E faziam picniques.
A praia tinha um casino.
Todos os fins de semana havia festa, com corridas de barcos à vela, a remos, mergulhos por mergulhadores artísticos. Concursos, etc..
Era assim a praia de Faro, vista por esta faceta.
Inté!...
Alfredo Mingau

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