sexta-feira, 20 de novembro de 2009

VIAGENS NA MINHA TERRA


VIAGENS NA MINHA TERRA


(o posto da Sacor no Patacão; foto de A. Gabadinho)


No meu tempo de rapazote, o empreendimento mais significativo lá da terra era a bomba de gasolina da Sacor , como era chamada nesse tempo ou o posto da gasolina. Depois da Sacor, havia a curva da estrada, mais perigosa quem vinha de Loulé, onde se deram alguns desastres. Depois os moços que se juntavam no Largo da bomba e mostravam as suas máquinas a pedal ou a motor. Falavam dos bailes de domingo à noite, das tampas que apanhavam e da música das tabletes.


A terra fica situada a 5 Kms de Faro, virando à direita vai dar ao Chelote, passando pelos Braciais e Mar e Guerra, se se for em frente vai dar a Santa Bárbara de Nexe e vindo de Faro virando-se ligeiramente para a esquerda vai dar a Loulé.


Eis o Patacão, a terra onde reside a menina Cristina e eu cresci.


Gente costeleta dali, eram o Custódio Julião, que jogava a ponta de lança no clube da terra, o Custódio filho do cabeleireiro senhor Serafim que reside no Canadá, onde ganhou o euromilhões, o Manuel Pires Victória e um pouco mais afastados, nos Braciais, eu, os meus primos Carlos , o Zé e o António Louro Rodrigues, a Susana Guerreiro e mais à frente o Zé Dias Rafael, o primo Joaquim e o Zé Martins Baptista e depois já no Chelote o Moreno da Marinha Mercante, que era bom no desenho e o Matinhos que foi dos primeiros a ir para Lisboa, frequentar o Instituto Industrial na Rua Buenos Aires, onde já lá estava o Bernardo Estanco dos Santos, dos Braciais, que estudava nocafé do Jardim da Estrela.


Tenho saudades da minha terra e desses tempo.


Uma vez jogámos à bola no terreno do Martinho Jacinto contra uns tipos de Faro e ganhámos três a dois e o melhor em campo foi o Zé Raimundo, que hoje explora um estabelecimento comercial ou tasca, que fica situado à esquerda, quem vem do Patacão para os Braciais, logo no primeiro cruzamento, no local onde antigamente se situava a venda do Zé Manelinho.


Na outra esquina está hoje um barbeiro alentejano.


Lembro-me do casamento do Agostinho que foi empregado na Sacor e faleceu derivado de uma infecção surgida, quando uma vez estava a encher de ar um pneu numa carroça e o aro soltou-se, vai em sua direcção e partiu-lhe o braço, foi parar ao hospital e a coisa complicou-se....


Chovia muito no dia do casamento do Agostinho..


Recordar o costeleta da noite, meu primo, bom no desenho e que foi emigrante em França, o Sebastião de Brito.


A minha terra é a minha saudade.


(continua)

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