quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CRÓNICAS DA SEMANA (9)


CRÓNICAS DA SEMANA (9)


Ali, com início no Arco da Vila, fica a rua do Municipio. Era lá a nossa Escola!


“FAZER PAREDE”

Alguém, num comentário publicado, falava sobre “dignidade”. Não interessa quem.


A história que hoje vos trago inédita, passou-se nos anos 40. Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, da rua do Município. O “Chefe da Turma” era o saudoso Júlio Correia, que mais tarde viria a casar com a Costeleta Maria Isabel Leiria. A memória já vai falhando nestes cerca de 60 anos já passados. Mas recordo alguns colegas de turma Albertino Bota, Feliciano Guerreiro de Matos (o saudoso Chatinho), o Bastos, que mais tarde se fixaria no Banco Ultramarino, o César Nobre, creio que no banco Pinto e Soto Mayor, o Otílio Dourado (o “manda chuva” do Rancho Folclórico da Luz de Tavira, com o seu “baile mandado” e que era o Chefe dos Correios) e outros.
Tínhamos um Professor simpático, que não me recordo o nome. O Júlio dizia-lhe: - “Sô Tôr”. se precisar de tratar de algum assunto, a “malta” colabora. E um dia o Professor comunicou ao Júlio que, por motivos pessoais, faltaria a uma aula. Respondeu o Júlio - Não falta nada, porque a turma fará “parede”. E assim foi. Ordem para toda a turma ir para o Largo da Sé jogar com a trapeira. Mas, ficaram alguns de “piquete” no corredor para que a ordem do “Chefe” se cumprisse. Havia alguns “caloiros”, meninos da mamã, que queriam “furar a parede”. Umas caldaças e pontapés no rabo e todos para o largo da Sé. E o Professor, depois do segundo toque, lá foi tratar dos seus assuntos sem falta marcada, agradecendo ao Júlio, e à Turma, a ajuda.
Convém recordar que os Professores eram quase todos provisórios e quando faltavam era-lhes descontado no vencimento...
Naquele tempo fazia-se. Hoje, as faltas colectivas são punidas.
Pode considerar-se a história desta crónica como a antítese da outra do “caracol amarelo”. E, porque, não sendo uma transcrição, é ou não digna de se contar? Ou será que só as nossas “tropelias” é que têm valor como recordação histórica?
E, para terminar esta pequena crónica, deixo aqui uma chamada de atenção: - porque se utiliza Tomás Cabreira com s quando está registado com z?. Tomaz António da Guarda Cabreira.
Gostei de ter contribuído com estas 9 crónicas. Gostei imenso, aliás como todos gostam, dos comentários. Não sei se voltarei… penso colocar a “tampa na esferográfica”. A cidade, a praia, o campo e… chamam por mim. Faço "PAREDE" Um abraço para todos.

Alfredo Mingau - Costeleta dos anos 40
Recebido e colocado por Rogério Coelho

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