terça-feira, 17 de novembro de 2009

COISAS DA ESCOLA


COISAS DA ESCOLA

1 - OS QUE ANDAVAM DOIS A DOIS


Havia alunos da Escola que, por serem muito amigos, andavam sempre juntos

São os caso do Rocha de Santa Catarina e do Zé Emiliano do Rio Seco/ do António José Guerreiro Leonardo de S Brás e do Neves, o filho da Recauchutagem Leopoldo/ do Carlos Alberto Brito Louro Rodrigues dos Braciais e o Armando Pereira Gonçalves, o Armandinho de Faro/ o Ferro do Alto Rodes e o Salsinha da cidade/ os gémeos Octávio de Faro e o Vitinha, cantor, de Faro/ o Cevadinha e o Jaime das Quatro Estradas de Loulé/ o Zacarias do Sítio da Areia e o Januário da Conceição de Faro e outros.....


2 - AS BICICLETAS MOTORIZADAS E A PEDAL.


Creio que a primeira foi o ALPINO do Zacarias. O outro ALPINO que lá havia era do Danilo de Pechão. Havia mais motorizadas mas não me lembro... Bicicletas a pedal havia mais de cem, que se guardavam numa sala ali para o lado das oficinas do Mestre Olívio. Foi lá que eu roubei umas Lâmpadas ao João Canal, que andava lá no recreio a dizer isso.. roubaram-me as lâmpadas...

3- Dr.JOSÉ DE SOUSA UVA e o respectivo método de ensino.

Aqui vai uma pequena história passada, se a memória não me falha, no ano lectivo de 1941/42.

3..1 -BONS TEMPOS

O Dr. Uva, era uma espécie de nosso Pai e dava-nos umas porradas para a gente não se esquecer que a vida é difícil e tínhamos que estudar.

Numa aula de Direito Comercial com ele, na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, situada na Rua do Municipio, Vila-a-dentro, logo acima do Arco da Vila e onde hoje está instalada a Polícia Judiciária, a aula era dada numa sala pequena, no 1º andar, com as carteiras em fila encostadas umas às outras, em que ficávamos apertados e encostados uns aos outros, como sardinha em lata.

O Dr Uva dava a aula segurando um longo ponteiro que, da sua secretária onde se encontrava sentado, chegava à parede em frente. Quando fazia perguntas da matéria dada, colocava o ponteiro em cima da cabeça do aluno. Se o aluno respondia bem, colocava o ponteiro em cima de outro. Quando a resposta estava errada apanhávamos uma ponteirada na cabeça. E doía...
Estuda! Dizia ele.

BONS TEMPOS. Eu também apanhei, disse-me quem me contou a história.

3.2- O Dr. UVA DO MEU TEMPO

Eu tive o Dr. UVA p´rá í em 55/ 56, em Noções de Comércio, depois em Direito Comercial e depois em não sei quê.

Quem por lá andou sabe que o Dr. José de Sousa Uva não ensinava nada, o estudo que gerava o conhecimento era baseado na preparação dos cadernos para as chamadas orais. O velho entendia que, enquanto passávamos as matérias para o caderno o pessoal ia aprendendo.

Havia alunos que pediam para ser chamados no primeira aula do período escolar e depois era só sorna.

O desgraçado no meu tempo era o Donaldo do BESC.L . O velho chegava, sentava-se, fazia o sumário e, na sua voz pachorrenta perguntava: há algum voluntário. Não havia nunca ninguém.

Não há!.. então o velho jogava a caderneta ao ar e na queda abria numa ficha de aluno e aquilo era sagrado: venha cá o Pato..

Quem se apressava no primeiro dia de aulas do período para ser chamado era o Alex, ..

Sabem esta: - num exame de Direito Comercial, apareceu lá um tropa para fazer uma oral. O velho tinha mandado colocar uma cadeira em cima do estrado e disse ao candidato para se sentar. O tropa assim fez e assentou as botas nas traves da cadeira. ..
O velho viu e disse: Ouça lá, o senhor é de cavalaria ou de infantaria?
- Sou de cavalaria senhor Doutor.
- Então desmonte.. disse o velho.

Duas notas:.

1 – Tratar aqui o Dr. Uva por velho, não tem nada de pejorativo. O velho é nosso património académico e nós é que fomos a razão de ser da sua existência.

2- Disse-me o João Mário de Moncarapacho que é licenciado em Direito, que fez a cadeira de Direito Comercial praticamente com aquilo que aprendeu na aula do velho.

Portanto...

4 - E do MESTRE GUERREIRO, quem se lembra?..

Uma vez ele disse-me, com um cacete de cartão nas mãos: - Toma lá dinheiro e vai comprar um maço de cigarros Português Suave, ouviste? E não me apareças cá sem o tabaco. Mas eu apareci porque não havia o tabaco que o Mestre queria, e disse, bem ia a dizer, porque o Mestre arreou-me logo uma ripada com o cacete de cartão ..

João Brito Sousa..

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