terça-feira, 8 de dezembro de 2009

REFLETINDO

Não conheço o costeleta, Jorge Tavares, mas permito-me fazer-lhe um pedido.
Ficar-lhe-ia muito grato se me conseguisse uma “carta de chamada” com visto de entrada, para o seu país.
Sabe, eu sou português, moro em Portugal e aqui é tudo ao contrário do que você descreve.
Deve ser muito bom viver num país como o seu, embora haja algumas coisas de que não gosto.
O que menos gostei foi o facto de vocês, assim como quem não quer a coisa, chamarem uns aos outros aldrabões, sim, porque para mim quem não é honesto, é vigarista, é aldrabão. (Tive o cuidado de ir consultar o velho dicionário, o Torrinha”.
Mas do mal o menos, a aldrabice é só intelectual.
Outra coisa que não me agradou muito no seu país foi o “devemos” várias vezes repetido, o “temos que” o “deverá ser”, escritos com uma convicção inabalável.
Parecem-me tiques pouco ou nada usuais em democracia, onde as pessoas deverão ser livres de pensar, falar e de ser o que muito bem entendam, desde que não ofendam, nem coloquem rótulos nos outros (intelectualmente desonestos).
Sabe meu caro, eu sou filiado num partido único, sou também o único militante, é o partido da minha cabeça (não é o da cabeça partida). Adquiri o “mau hábito” de pensar e nada faço sem consultar o chefe do meu partido e também dou aos outros o direito inalienável de pensarem pala sua própria cabeça.
Não quero mais ir para o seu país, fica sem efeito o meu pedido, continuo por aqui, apesar de todos os dias ao virar da esquina encontrar a miséria que no seu não existe.

Com um forte abraço costeleta para todos
António Viegas Palmeiro

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