terça-feira, 8 de dezembro de 2009

RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS




RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS
O local onde se deu o acidente, assinalado com esta Cruz

Monumento a Duarte Pacheco na cidade de Loulé


O Estadista Engenheiro Duarte Pacheco





DUARTE PACHECO



De Alfredo Mingau


Biografia
Natural de Loulé onde nasceu a 19 de Abril de 1899 (fala-se em 1900). Orfão de pai e mãi com 14 anos, foi criado pelo seu irmão mais velho Humberto Pacheco.
Formou-se em engenharia electrónica pelo Instituto Superior Técnico (IST)com 19 valores, e em 1926 passa a professor ordinário leccionando Matemáticas Gerais e a Director interino.
A 10 de Agosto de 1927 torna-se Director efectivo.
Em 1928, sob a sua orientação, dá inicio à construção dos edifícios do IST, construção que viria a ser o primeiro Campús Universitário Português.
Nesse mesmo ano torna-se Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, mais tarde, convidado para a pasta de Ministro da Instrução Pública. Mais tarde abandona este cargo e regressa ao IST onde permanece até 1932. Altura em que volta a ser convidado, por Salazar, para o governo, onde assume a pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Em 1936 Duarte Pacheco é afastado do governo regressando ao IST.
No dia 1 de Janeiro de 1938 assume a presidência da Câmara Municipal de Lisboa e, logo a seguir volta a ser nomeado Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Possuidor de um grande carácter e de uma forte personalidade, Duarte Pacheco, é recordado pelos Louletanos, pelo seu grande espírito empreendedor e modernidade. Falou-se do desejo de Duarte Pacheco de construir um ramal ferroviário com ligação a Loulé. Foi um grande impulsionador do salto qualitativo da engenharia portuguesa e um grande estadista.


A sua Obra


Em 1933 iniciou uma profunda modernização dos Correios Telecomunicações em todo o país. E nesse mesmo ano, cria uma Comissão Técnica para estudar e elaborar um plano para a construção de uma ponte sobre o Rio Tejo ligando Lisboa, na zona do Beato ao Montijo, Chegando a propor, em conselho de ministros no ano de 1934, uma ponte rodo-ferroviária.
Foi autor dos projectos de bairros sociais de Alvalade,, Encarnação, Madredeus e Caselas, em Lisboa. Mandou construir a primeira autoestrada Lisboa-Vila Franca de Xira e projectou a Avenida de Roma, em Lisboa, que permanece conforme o projecto.
Além de professor, foi um grande estadista, revolucionando a rede rodoviária nacional e, das muitas construções de obras públicas, podemos apreciar a marginal Lisboa-Cascais, o Estádio Nacional, a Fonte Luminosa, a criação do Parque de Monsanto (Pulmão de Lisboa) e contribuindo para a construção do aeroporto de Lisboa.
Um brutal acidente vitimou Duarte Pacheco, no dia 15 de Novembro de 1943, entre Vendas Novas e Montemor, quando regressava a Lisboa, vindo a falecer, na madrugada do dia seguinte, no Hospital da Mesiricórdia de Setúbal.


Alfredo Mingau

PORTIMÃO = PONTE


POSTAL ILUSTRADO
Portimão - Ponte
FOTOS ALGARVIAS
Enviado por António Viegas Palmeiro

O HOMEM.

O HOMEM.

Quando se emprega a palavra Homem, em geral, somos (eu sou, pelo menos) levados a concluir que a palavra encerra o ser humano normal e mais qualquer coisa. Ou seja, é mais completo, está um bocadinho acima daquilo que vulgarmente se chama, de ser humano.

Comecei a duvidar do homem, quando o Nero os colocou à briga com os leões lá no circo. Mas havia muitíssimas razões para duvidar dele antes disso. A cena dos leões achava-a injusta e a despropósito e ainda hoje acho. Tal como as touradas em Espanha, uma autêntica violência. E lembrei-me do Hemingway que adorava esse espectáculo e depois, lembrei-me dele também, por causa daquela sua famosa frase: é muito difícil ser homem.

Nestes entretantos lembrei-me de mim, o que é que eu tenho andado a fazer nestes últimos tempos. Ah… ontem à noite estive muito bem, foi no Restaurante “O Púcaro em Lisboa” na Tertúlia do Ângelo Rodrigues e pisei o palco. E entre outras coisas contei aquela cena do Antero de Quental que dizia ao João de Deus, amo-te João e a coisa caiu muito bem no pessoal e não foi preciso dizer-lhes que esse tratamento era motivado pelo grande respeito e consideração que nutriam um pelo outro.

Eu disse: como vêem, os homens também se amam.

Vou jantar, ver o Benfica e depois venho acabar a crónica, seja qual for o resultado.

Estamos nos 4 a zero. Tudo bem.

Uma vez no Porto, meti-me com o escritor Francisco José Viegas dizendo-lhe; você tem ódio às coisas. Não tenho ódio nenhum, é a maneira como eu as vejo. Fiquei vermelho quando ouvi o Dr. Chico. Mas isto ainda perdura em mim…ver ódio onde não há …

Doutra vez zanguei-me forte com o meu melhor amigo e meses depois com o segundo melhor, digamos. Não percebi porquê. Mas continuámos amigos e somos amigos.

Penso, e

Entendo que este, deveria ser o caminho..

Pela parte que me toca, vou fazer por isso. Já. E vai ser à ANTERO.

Amo-vos.

E deixo um afectuoso abraço.

João Brito Sousa

UM MOMENTO DE REFLEXÃO III

Fiquei estupefacto com as diversas reacções aos comentários e artigos publicados no blogue, na sequência do texto MOMENTO DE REFLEXÃO.

Os temas que foram publicados e que originaram algum contraditório, só foram possíveis porque a AAAETC construiu este espaço de "conversa" escrita entre pessoas adultas, com bastante experiência de vida, e motivadas pelo cordão "umbilical" que as une - serem todos costeletas.

Naturalmente, todos temos as nossas posições na vida, no campo religioso e político. Também é natural que num ou noutro tema, venham à superfície as nossas tendências. Porque não?

Quem se propõe escrever temas com menor ou maior radicalismo, obviamente deverá estar preparado para o contraditório. Isto é democracia!

As interpretações ao que se escreve, deveriam ter sempre presente, que este espaço está reservado a COLEGAS DE BANCOS DE ESCOLA cujas raízes foram cimentadas na pureza de sentimentos dessa idade. Não creio que algum costeleta pretenda ofender outro na sua "casa" ou "fora dela".

Quero apagar da minha memória frases que li e que não se ajustam à nossa fraternidade.

Tudo o que escrevi, fi-lo sempre no espírito de lealdade, educação e camaradagem...embora defendendo as minhas convicções, de que não abdicarei. Em meu entender, o respeito por cada um é a pedra basilar do entendimento.

Dedico este pequeno texto a todos os que escrevem e leiem o nosso blogue, embora particularize com um abraço os costeletas A. Palmeiro, Diogo, João Brito Sousa, e Mauricio Domingues.

jorge tavares
costeleta 1950/56

CARVOEIRO


POSTAL ILUSTRADO
Carvoeiro
FOTOS ALGARVIAS
Enviado por António Viegas Palmeiro

CANTINHO DOS MARAFADOS

CANTINHO DOS MARAFADOS

Identificação, justificação, reflexão e despedida



Seguindo a minha intuição e segundo os valores que sempre defendi e irei continuar a defender, procurando andar de cabeça erguida e com a coluna vertebral na posição vertical, tomei algumas decisões que quero transmitir. Quero também deixar bem vincado que se citar algum nome a minha intenção não é ofender seja quem for.
Apesar de ter dito ao João que o anónimo era para ignorar, vou dirigir-me ao dito cujo em primeiro lugar: - Meu caro senhor, o seu tão querido Artigo do Estatuto, salvo melhor opinião, não tem qualquer valor. Existe neste país, a Constituição da República Portuguesa, que o torna nulo, uma vez que o mesmo fere a cartilha da Nação, por isso é inconstitucional, e mais não digo sobre este assunto, termino lembrando só, que o importante é a responsabilidade de quem escreve e de quem publica.
Meu caro Jorge Tavares, você disse que me conhece e que me reconheceu logo que viu a minha fotografia, provavelmente nalgum dos eventos que a nossa associação realiza nos tenhamos encontrado, peço desculpa pelo lapso.
Podia dar-lhe o meu percurso de vida, mas seria exaustivo e desinteressante, só quero que saiba que aos 16 anos fui para o Exercito, eu disse 16, a troco de um tecto e de comida.
Sei bem o que é “comer o pão que o diabo amassou”. Esta situação acontece por morte do meu avô paterno, oficial da Marinha de Guerra. Como os meus pais também tinham falecido antes, nada a fazer.
Então a forma como eu vejo o Mundo e o País, é certamente diferente.
Se me permite, e sem qualquer intenção de sobrepor a minha opinião à sua, mas sim relatar o que vi, vou citar e comentar uma frase da sua REFLEXÂO “a integração de centenas de milhares de retornados e oriundos das ex-colónias”.
A palavra retornado não tem a minha simpatia, eles eram portugueses, como nós. Mas isso não tem qualquer importância.
Em 1975 eu viajei para o Brasil, assisti a cenas indescritíveis, de desespero, de revolta, de incerteza e de dor. As autoridades brasileiras tiveram um comportamento exemplar, em termos humanitários foram inexcedíveis. Porque meu caro, muitos milhares, muitos mesmo optaram pelo Brasil, pelo menos lá eles não eram retornados eram portugueses e não foram metidos em guetos como aquele perto da Caparica.
Havia deputados que se deslocavam diariamente aos aeroportos e ao porto de Santos.
Foi criado algo que eles chamavam “Força Tarefa”, instalada na Galeria Prestes Maia em São Paulo, que funcionava da seguinte forma: - Tratava-se de um espaço amplo, onde estavam espalhadas várias secretárias com divisões, em cada uma estava pessoal dos departamentos necessários para a legalização. Ao fim de 3 dias esses portugueses tinham na mão a carteira de trabalho, que lhes permitia trabalhar legalmente.
Perguntei e fui informado: - Nunca ninguém do Consulado Português lá colocou os pezinhos.
Talvez agora se possa entender melhor porque defendo, que todos os brasileiros, que sejam pessoas de bem, que para cá venham, devem ser bem recebidos e acarinhados. São bem vindos.
Dizia-me uma mãe de família, desfeita pela dor e a quem tinham matado uma filha de 10 anos. – Para além de toda a dor da perda o que me custa é não saber onde colocar uma flor ou onde fazer uma oração, pois não me foi permitido saber onde a minha filha foi sepultada, ou se foi sepultada.
Nunca esteve no meu horizonte causar divisão e não sei qual o lado dos Velhos do Restelo, também porque achei que um blogue deveria ter vida, acção, polémica leal e respeitosa e muito mais coisas que estarão na cabeça de todos nós; ou será só de alguns?
Apesar de saber que no mês de Dezembro, hoje é dia 4, o nosso Mediador já trabalhou 25 vezes, sabendo também que em Novembro foram 109 e em Outubro 75, mas que em Março foram 34, em Maio 31 e em Julho 41, não sei se isto tem alguma explicação, por isso deixo ao critério de cada um pensar o que quiser. Posto isto informo que decidi encerrar aqui a minha colaboração desinteressada, mas parece que contra o que é pretendido pelos intervenientes.
Quero deixar uma palavra para o António Encarnação e para o Diogo. O António está no Brasil e o Diogo penso que nos Estados Unidos. Eu sei o que custam essas saudades.
António, não esqueça o sul de Minas, quero ler sobre, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá, mas não esqueça o Litoral norte de São Paulo e Campos do Jordão, você está no meio a 80 Km de um e de outro.
O meu sincero agradecimento ao Mediador, teve sempre para comigo um comportamento, leal e de uma dignidade inexcedível.
Fiquei fã (como se diz agora) do João. Mas com ele vamos continuar a encontra-nos aqui e na Avezinha.

Um abraço a todos,
Não deixem “cair” o blogue, é um pedido sincero que vos faço.


CANTINHO DOS MARAFADOS
Esta merece uma profunda reflexão

"Havia uma rapariga que se odiava por ser cega! Ela também odiava tudo e todos. Um dia virou-se para o namorado e disse que se um dia conseguisse ver o Mundo, casava com ele.
Num dia de sorte, alguém lhe doou um par de olhos e o namorado perguntou se era agora que ela casava com ele. Ela chocada porque reparou que o namorado era cego, disse: "Desculpa mas não posso casar contigo porque és cego!"
O namorado afastou-se em lágrimas e apenas lhe respondeu: "Cuida bem dos meus olhos..."


Um abraço
Antonio Palmeiro

DO CORREIO

JÁ LA VÂO MAIS DE 100 ANOS

que Guerra Junqueiro escreveu sobre a situação do povo português e da Política na época , publicação com que o moderador nos brindou!

Apesar da evolução ocorrida nas áreas Cientifica e Tecnológicas, tem muito que continua mal por não ter sido solucionado nem existir Previsão para tal, com destaques para as classes economicamente mais desfavorecidas que acompanham o descontentamento de todos contra quem está politicamente envolvido e naturalmente a bitola se aplica de forma generalizada!

Algumas publicações confirmaram aqui no Blogue as situações em paralelo com as notícias a que temos acesso, e como sempre existe argumentos justificativos, sendo a actual a crise Financeira Mundial que nos surpreendeu há pouco mais de um ano!

Há 60 anos me recordo das pessoas falarem do tempo da vida barata, alguns fazendo as contas ainda em Reis ( dois mil e quinhentos Reis = os vinte e cinco tostões também conhecidas pelas cinco coroas )!
Decorrido 20 ou 30 anos, outra geração saudosista falava da vida barata de há 60 anos!

Também há várias dezenas de anos que me falaram de uma frase da autoria do filósofo e diplomata francês Joseph De Maistre (1753-1821). Crítico fervoroso da Revolução Francesa Joseph De Maistre (1753-1821). “ “Cada povo tem o governo que merece”, expressão dita sempre que as coisas na política começam a ficar feias, mas desde quando não ficaram?

Em referência ao António Palmeiro, fui um fiel leitor da sua escrita sem excepção em todas as áreas que escreveu. E os postais publicados marcam sempre quem está distante, todos os Costeletas vão sentir a sua ausência nas publicações que acima de tudo não faltou Qualidade!
Respeito sua opção, até que como todos os colaboradores o fazemos de espontânea vontade, assim como o moderador ou outra entidade publica os textos que se encontram de acordo com orientação do Blogue!
Prometo escrever sobre os locais em referencia, os quais são dignos de reconhecimento, cada um pelas suas características próprias!
Saudações Costeletas
Antonio Encarnação

ENSAIO SOBRE EMIGRAÇÃO

EMIGRAÇÃO

Causa e efeito.

Foram pelo menos três as grandes vagas de emigração portuguesas. Muito pode e tem sido dito e escrito sobre este fenómeno que não e' estritamente português. Os homens movem-se como a agua, procuram sempre o seu leito, o mais baixo ou mais profícuo. E sempre a causa e efeito os acompanha.

A nossa causa foi sempre a procura de uma vida mais abastada e desafogada, o fugir a' desfortuna.

A primeira onda dá-se ainda na segunda dinastia, a de Avis. O Norte de África, a África desconhecida era o apelo. Sabia-se que havia trigo! A "Ínclitica família” delineou um plano; a conquista primeiro depois repovoar a' nossa maneira sob a bandeira do cristianismo. Não correu muito bem no seu epilogo mas, muitos foram os portugueses de norte a sul que abandonaram as pobres aldeias na miragem de melhor vida embrenhados no Magrebe fazedor se sonhos e miragens.

A segunda "levada" migratória em massa acontece a seguir ao evento das descobertas ou encontro com novas paragens, mais ou menos povoadas mas que povoaram a imaginação das nossas gentes.

O Brasil, o sertão sul americano abria-se-nos, criaram-se "os bandeirantes",novamente as nossas aldeias se despovoaram. A segunda onda ai estava. Partimos de armas e bagagens em procura da fortuna ,sempre difícil, sempre miragem que nos fugia entre os dedos mas o sonho acompanhava-nos, a quimera vivia mais alem...era preciso agarrá-la. Alguns conseguiram, muitos mais falharam .O "el dourado"estava la', acenava-nos.

A conjuntura Europeia com o evento da revolução francesa alterou-se. A emigração descuidada, feita ao gosto e necessidades individuais ganhou nova forma. A corte e as suas elites ao refugiarem-se onde ate' então só a emigração procurava abrigo alterou o conteúdo, aumentou outro dado a' equação, o sonho de Nação independente e de emigrantes nasce. A génese dum pais novo ganhou vida.

Ao independentizar-se o pais necessitou de mais bracos, a hemorragia das nossas terras consumou-se e ficaram a um passo da desertificação humana. Mas um pais de emigração havia nascido. Filho nosso...nem sempre agradecido.

A terceira vaga dá-se durante a vigência do Estado Novo. As circunstancias de uma Europa, outra vez destruída por uma guerra, desta vez sem par em destruiçãode infraestruturas e perdas de vida, em influenciar-nos sem que entremos directa e activamente nela. Foram vinte milhões de Europeus que pereceram, na sua grande maioria jovens, os jovens que seriam necessários para a reconstrução. A Franca, Alemanha, Bélgica e Aústria receberam-nos de braços abertos mas nem sempre de coração.

Nasceu a "emigração a salto", aquela que se proibia sem se proibir...ao proibir incitava-se a' "partida" que trazia contrapartidas chorudas em divisa ao Estado Novo ja' decadente .A politica cega não soube avaliar e julgar os ventos de mudança que assolavam o "euromundismo".

A emigração não terminou ate' hoje embora tenha mudado de "cara".A globalização, a movimentacão de pessoas e bens não e' nada mais nada menos que a "outra" face da emigração.....E como me dizia um dia destes um amigo meu, da diáspora e costeleta de sucesso ,o Francisco Rodrigues do Poço Longo:

"os homens movem-se e encontram-se..as montanhas não!..."


Um abraço.
DIOGO COSTA SOUSA

REFLETINDO

Não conheço o costeleta, Jorge Tavares, mas permito-me fazer-lhe um pedido.
Ficar-lhe-ia muito grato se me conseguisse uma “carta de chamada” com visto de entrada, para o seu país.
Sabe, eu sou português, moro em Portugal e aqui é tudo ao contrário do que você descreve.
Deve ser muito bom viver num país como o seu, embora haja algumas coisas de que não gosto.
O que menos gostei foi o facto de vocês, assim como quem não quer a coisa, chamarem uns aos outros aldrabões, sim, porque para mim quem não é honesto, é vigarista, é aldrabão. (Tive o cuidado de ir consultar o velho dicionário, o Torrinha”.
Mas do mal o menos, a aldrabice é só intelectual.
Outra coisa que não me agradou muito no seu país foi o “devemos” várias vezes repetido, o “temos que” o “deverá ser”, escritos com uma convicção inabalável.
Parecem-me tiques pouco ou nada usuais em democracia, onde as pessoas deverão ser livres de pensar, falar e de ser o que muito bem entendam, desde que não ofendam, nem coloquem rótulos nos outros (intelectualmente desonestos).
Sabe meu caro, eu sou filiado num partido único, sou também o único militante, é o partido da minha cabeça (não é o da cabeça partida). Adquiri o “mau hábito” de pensar e nada faço sem consultar o chefe do meu partido e também dou aos outros o direito inalienável de pensarem pala sua própria cabeça.
Não quero mais ir para o seu país, fica sem efeito o meu pedido, continuo por aqui, apesar de todos os dias ao virar da esquina encontrar a miséria que no seu não existe.

Com um forte abraço costeleta para todos
António Viegas Palmeiro

PRAIA DA LUZ


POSTAL ILUSTRADO

Praia da Luz
FOTOS ALGARVIAS
Enviado por António Viegas Palmeiro

UM MOMENTO DE REFLEXÃO

Afirmar que fiquei muito surpreendido com o texto do costeleta A. Palmeiro, seria faltar à verdade.
Quando me propus escrever a prosa que intitulei de "Um Momento de Reflexão", pretendi unicamente alertar algumas consciências, para a necessidade, que é de todos, de contribuir para a melhoria do estado das "coisas" no nosso país. Logicamente que tal escrito iria proporcionar comentários. É salutar, é vida!
Aprendi há muitos anos, e com grandes figuras da vida portuguesa - todos aprendemos com quem nos sabe ensinar, e devemos ter a humildade de fazê-lo sempre - que o futuro se constrói, realçando o que não está bem, embora com uma postura construtiva, isto é, procurando simultaneamente fazê-lo acompanhado de propostas com soluções.
Após esta introdução, que vai encerrar o tema "Um Momento de Reflexão", vou responder directamente ao costeleta A. Palmeiro.
1.º) Lamento que não me conheça. Talvez porque não teve a curiosidade de olhar a minha foto, publicada no blogue. Garanto-lhe que o conheço, desde que colocaram a sua.
2.º) A minha expressão "honestidade intelectual", inserida no contexto da frase, deveria ter sido interpretada como necessidade das pessoas estudarem os temas em todas as suas vertentes, antes de escreverem sobre eles. Em contrári,o sujeitam-se a incompreensões.
3.º) Aos seus restantes considerandos meu caro A. Palmeiro, respondo-lhe com o último verso do Cântico Negro do poeta José Régio e que passo a reproduzir:

AH!, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições
Ninguém me diga :"vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí!


Um abraço costeleta

jorge tavares
costeleta 1950/56

LIDERANÇA

Ao longo dos tempos a humanidade quis entender-se e não conseguiu. Na
Rússia de Lenine em 17 morreram milhões de pessoas quando o objectivo
era lançar um programa político que solucionasse o problema de todos;
simplesmente agravou-o..

O caminho que a Humanidade tem percorrido, é contrário ao que se
deseja. Cristo quis pregar a verdade e levaram-no para a cruz.

Nos tempos modernos a Revolução Francesa onde se lutou em prol da
LIBERDADE, FRATERNIDADE e IGUALDADE o resultado dessa luta foi
inglório, porque acabou em ditadura. Restou-nos apenas a beleza da
imagem do puto Gravoche, vendedor de croissants, que ao ver a Bastilha
a arder, continuou a marcha assobiando para o ar.

Recentemente Saramago, autor premiado com o Nobel veio deitar por
terra os princípios Bíblicos.

E poderíamos citar mais uns milhares de casos onde a Humanidade não
deu conta da rolha.

E com isto já não fosse pouco, surgem agora dois ou três ou quatro ou
cinco costeletas a jogar ao contrário, continuando a Humanidade mal
mesmo nos pequenos grupos.
Isto sem falar já na violência doméstica.

Por isso não nos espantemos.

Do blogue costeleta em particular, dinâmico q.b., do meu ponto de
vista, seria bonito cada um pensar pela sua cabeça, mas,
simultaneamente seria bom também, que partíssemos do princípio que, a
nível de valores sociais, estamos todos, mais coisa menos coisa, no
mesmo patamar, o que, sendo-o e eu penso que sim, poderia resultar
desse nivelamento, um invejável clima de fraternidade.

Que é o que eu preconizo e defendo, apesar de ser talvez dos mais
agressivos. Mas reparem, eu falei em agressividade não em falta de
educação. Sei pedir desculpa com honra, simplesmente porque sei
reconhecer que às vezes erro.

Quando comecei a escrever o texto queria falar de Liderança. Mas
verifico agora que não faz sentido, porque no fundo somos todos
responsáveis… e líderes E a que sobrar vai toda para o senhor
Moderador.

Ou não será assim?

JOÃO BRITO SOUSA

UM TEXTO...DIÁRIO, SEMANAL...OU DE VEZ EM QUANDO

UM TEXTO...DIÁRIO, SEMANAL...OU DE VEZ EM QUANDO
UM MOMENTO DE REFLEXÃO

Durante o passado fim de semana resolvi hibernar e não abri o computador.

Na segunda-feira, e na habitual visita ao blogue, desejei continuar a hibernação. Alguns dos últimos textos e comentários colocados são, na minha modesta opinião, lugares comuns com alicerces muito frágeis e que resultam em crítica fácil e destrutiva.

O blogue também necessita de quem escreva sobre a vida portuguesa, noutra perspectiva. Falar das mutações de Portugal nos últimos trinta anos: Como mudou a saúde, a educação, a habitação, o desporto amador e profissional, os equipamentos desportivos e sociais, as regalias salariais e sociais dos empregados, as comunicações, as ciências e tecnologia, a cultura, as artes, o tecido empresarial, a mentalidade e os hábitos da grande maioria dos portugueses, o respeito por Portugal no mundo e em particular na Europa, a integração de centenas de milhares de retornados oriundos das ex-colónias, a posição cimeira de Portugal nas novas tecnologias, etc.
Devemos falar com ênfase, do que é regra e não da excepção.
Devemos falar positivo e não negativo. Deixemos de ser os "velhos do Restelo".

Um país com oito séculos de existência, com a riqueza da nossa história e participação no mundo, deve merecer maior patriotismo.
Devemos apoiar tudo o que foi bem feito, deixando de olhar só para o nosso umbigo.
Temos de ser solidários com todos aqueles que ao longo de décadas, abdicaram de parte da sua vida em prol do país...e são muitos. Esses merecem o nosso testemunho de gratidão e a melhor forma de o fazer é enaltecer o seu trabalho, não os englobando nos "outros" que, felizmente, são muito poucos. Aos últimos, devemos ignorá-los e não publicitá-los.

Pela nossa idade, experiência de vida e sobretudo por sabermos como era este país há trinta anos, é nossa OBRIGAÇÃO ajudarmos a melhorar o que não está bem, construindo e não destruindo. Meus caros costeletas, a escrita é um veículo de comunicação terrível, e deverá ser utilizado com rigor e honestidade intelectual.
Jorge Tavares
costeleta 1950/56

CANTINHO DOS MARAFADOS

Quando se é inocente, olha-se para as coisas de maneira diferente


Um lavrador da Amareleja meteu-se no seu jeep, foi a um monte vizinho e bateu na porta. Um jovem rapaz de cerca de 9 anos, veio abrir.
- O teu pai está em casa? perguntou o lavrador.
- Nã senhori ele nã está, foi a Évora!.
- Bem! E a tua mãe está?
- Nã senhori, ela também não está aqui, foi com o mê pai a Évora!
- E o teu irmão Maneli, ele está aqui?
- Nã senhori, ele também foi com o mê pai e com nha mãe!
- O lavrador ficou ali durante alguns minutos, mudando de um pé para o outro e murmurando com ele mesmo.
- Posso ajudá-lo nalguma coisa? Perguntou delicadamente o rapaz.
- Eu sei onde estão as ferramentas se quiser alguma emprestada., ou talvez eu possa dar algum recado ao meu pai; acrescentou ele.
- Bem! Disse o lavrador com cara de chateado; eu queria falar com o teu pai por causa do teu irmão Maneli ter emprenhado a minha filha Raquel!
- O rapaz pensou por um momento: - Terá de falar com o pai acerca disso, disse finalmente.
- Mas se lhe servir de alguma ajuda, eu sei que o pai cobra 500 euros, pelo touro e 50 pelo porco, mas realmente não sei quanto é que ele leva pelo Maneli.

Um abraço
António Viegas Palmeiro

FARO


POSTAL ILUSTRADO
Faro
FOTOS ALGARVIAS
Enviado por António Viegas Palmeiro

CARVOEIRO




POSTAL ILUSTRADO
Carvoeiro

FOTOS ALGARVIAS
Enviado por António Viegas Palmeiro

VEJAMOS COMO MUDARAM OS TEMPOS...

Situação: O fim das férias.

Ano 1978:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.

Ano 2008:
Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia

Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.

Ano 1978:
Não se passa nada.

Ano 2008:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão

Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.

Ano 1978:
O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.

Ano 2008:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro
para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.

Ano 1978:
Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.

Ano 2008:
A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar,
O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal,
mesmo debaixo de chuva.

Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.

Ano 1978:
Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.

Ano 2008:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime
parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.

Ano 1978:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.

Ano 2008:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura
paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua
irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís
começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.

Ano 1978:
Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.

Ano 2008:
A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.

Ano 1978:
Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa.
Amanhã são colegas.

Ano 2008:
A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.

Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.

Ano 1978:
O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'

Ano 2008:
Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.


É o que temos!
António Viegas Palmeiro

JÁ LA VÂO MAIS DE 100 ANOS

Sobre tudo aquilo que se tem falado, vejamos o que escrevia Guerra Junqueiro do comportamento do povo português; já lá vão mais de 100 anos, tal testemunho se aplica sem deslocar uma vírgula que seja…

“PATRIA – Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
(.) Uma burguesia física e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente tornado absoluto pela abdicação unânime do país…” IN - GUERRA JUNQUEIRO 1890

Recordações dos anos 30

Recordações dos anos 30

Como se Vivia na Minha Rua

Introdução

Era “moce” e as recordações daquele tempo abrem-se, não na minha imaginação, mas na minha memória. Parece que foi ontem. Mas já lá vão setenta e alguns mais. Tentarei passar a “gravação do filme” daquilo que a minha memória se lembra do quotidiano da minha rua, naquele tempo.
Abramos um parêntesis para focar algo de diferente. Rapazinho, que eu era, não tinha brinquedos com a quantidade que hoje se vê. Muitos dos brinquedos imaginava-os. E, quando desejava alguma coisa, lutava para alcançar esse objectivo. As crianças de hoje não têm a imaginação não lutam, nem se empenham, não convivem, porque não vivem, como nós vivíamos, livremente. A ocupação de hoje é feita na frente de um televisor. Falta-lhes a liberdade, que nós tínhamos de correr pelas ruas sem o perigo dos carros, dos assaltos ou… dos raptos. A nossa televisão era de facto a rua. Mas vejamos em pormenor o quotidiano que referi.

A minha rua

Manhã cedo e batiam à porta. Era a “Ti Chica” com o leite num cântaro de lata. Ou então, quando ela não podia, o rapaz a bater e a gritar “Leititos”. E lá ia a mãe com a vasilha para comprar a quantidade, para o café da manhã, de toda a família.
O carteiro batendo a todas as portas para entregar pessoalmente a correspondência.
O homem das “carcanholas” a dois tostões a dúzia. A mulher das bananas e “alcagoitas”, por vezes passavam o “menino Xico, o “Cuco” o “Gaiana” o homem das rifas a apregoar “do menino pr’á menina, da menina pr’ó menino é “testão”. Tudo diferente daquilo que é hoje.
Mas continuemos, porque, estavamos a ouvir uma sineta no cimo da rua; era a carroça do lixo puxada pelas bestas, a cheirar que tresandava, com os homens que recolhiam o lixo, dentro das alcofas, para despejarem na carroça, com o acompanhamento de uma praga de moscas.
E, logo a seguir, vinham os aguadeiros com os cântaros de barro, que enchiam no poço de S. Pedro, fazerem a distribuição.
A “Ti Maria”, e outras, com seus produtos hortícolas, e que eram pesados naquela balança já ferrugenta e desalinhada. Balança romana que devia valer hoje uma boa quantia de euros para os coleccionadores daquelas relíquias. E a carroça ali ficava parada no meio da rua, com as mulheres à volta, e sem paragem do trânsito. Não haviam carros.
O homem do sal, numa pequena carroça, puxada pelo burro e que gritava “Sal e azar”, que a polícia de vez em quando o levava preso e que, depois de solto, voltava a vender o sal com o mesmo pregão.
Aproximava-se a hora do almoço, sentindo-se, por toda a rua, aquele cheirinho de boa comida.
E logo depois, verificava-se uma calmaria, naquele período de descanso sem burburinho.
Por vezes ouvia-se a gaita do caldeireiro ou do amola-tesouras, aquele que remendava com solda os tachos de cobre e punha “gatos” nos de barro, este com aquele barulho característico a amolar as tesouras e as facas.
À tardinha ouvia-se a correria louca dos ardinas com os jornais nas suas sacolas. Jornais que tinham chegado no rápido de Lisboa. Era uma “guerra” aberta entre o Vieguinhas e o Pardal apregoando o “Século” o “Diário de Notícias” e outros.
Por vezes observávamos desentendimentos entre as mulheres, com puxões de cabelo, por causa dos maridos ou das amantes.
Mais “filmes”, da nossa rua, poderíamos contar no dia a dia da cidade, bastava um pouco mais de atenção.
Era assim o dia a dia da minha rua.
Moderador

FARO


POSTAL ILUSTRADO
Faro
FOTOS ALGARVIAS
Enviada por António Viegas Palmeiro

FARO

POSTAL ILUSTRADO
Faro
FOTOS ALGARVIAS
Enviada por António Viegas Palmeiro

QUE PORTUGAL QUEREMOS?

QUE PORTUGAL QUEREMOS?

(continuacao)

Caros colegas e amigos, nao creio sair das normas do nosso blog ao voltar ao tema. Metermos a cabeca na areia nao resolve nada. Então porque nao falar do que nos preocupa?
Ontem, ja' no adiantado da noite,recebi uma mensagem de SMS, era do nosso dr Brito de Sousa, para mim o Joao Manuel e,era uma mensagem telegrafica,sintetica,"estas vendo o "pros e contras"?... Nao,nao estava, vivendo do outro lado do Atlantico, os programas da nossa RTP, a nao ser os noticiarios,nao sao sincronizados com o que se ve' ai no cantinho... veem mais tarde. E, vi mais tarde. Era sobre economia. Nao me trouxeram aqueles senhores nada de novo. Eu havia escrito aqui neste nosso "lugarinho" e com palavras mais modestas a mesma coisa. Quem viu o programa e quem leu o que escrevi deve chegar a essa conclusao. Modestia a' parte.Todos vemos o que esta mal. Eu (desculpem,estou sendo egocentrista com este eu) tenho essa impressao. O que passo a dizer ja' o tinha escrito antes como alias disse em comentario ao colega Mauricio.
A verdade nua e crua e' que nao pode haver Democracia sem sustentabilidade econo'mica. Portugal nao tera credito externo,neste momento tao necessario como "o pao para a boca" se nao oferecer um governo que de' garantias de estabilidade politico-social, assente em formacoes democraticas.
Os "politicos profissionais" recusam o imperativo patriotico de rever a constituição da republica.
Levam, assim, Portugal para o fundo. Pelo seu egoismo e falta de sentido de Estado de nao quererem perder a face, ao reconhecerem que o sistema politico "deles" situacionistas e que defenderam erradamente uma vida inteira, afinal falhou.
O "ego "deles, situacionistas, sobrepoe-se ao interesse nacional.
A Educacao e' uma vergonha.
As escolas, mero deposito de gente. Inclusivamente dos que nao querem estudar. Sem exigencias no conhecimento, nos valores do trabalho e da disciplina democratica,sem cultura, ignorando a lingua e a nossa historia. Sem exigencia na aprendizagem da matematica,da fisica e das linguas tao necessrias no mundo global que quer queiramos quer nao estamos inseridos.
E' uma educacao armazenista que nem sequer cria alternativas profissionais onde sao tecnicamente necessarias. E' a demagogia de tudo ser doutor mesmo que fique desempregado.
E, dizer isto nao e' ser contra um servico nacional de educacao. Este tem de ser diferente para muito melhor, a par da existencia de condicoes para o ensino privado com liberdade de escolha de opcao para as familias.
Ja' vou demasiado alongado. O tema e' vasto, visto de aqui ainda ha' muito para dizer.
Prometo voltar se o "moderador" deixar passar este. Se não, paciencia!.. expuz o meu ponto de vista. Nao e' de certeza o de todos. Aceito sempre outras ideias e, estou pronto para dar a mao a' palmatoria se me provarem errado.
Um abraço a todos.
Diogo
(O moderador sabe ver e sente. Só não vê quem não quer ver, porque não sente.)

RIR… NÃO É O MELHOR REMÉDIO!

RIR… NÃO É O MELHOR REMÉDIO!

Introdução

Não há dois sem três. Este não é por imposição do João Brito de Sousa. Saiu-me, porque o Palmeiro e o Diogo pediram mais. E é verídico!

Como afirmei nalguns textos que escrevi, frequentei a Escola Industrial e Comercial Tomás Cabreira, nos anos 40, com início em 41 ou 42 não me lembro. Além dos colegas da turma que recordei no texto “O Aparo de Cana”, relembro o José Grade e o Amável. A memória vai trabalhando…
Naquele tempo, quando faltava um professor, a “malta” corria para o “estádio do Largo da Sé”, para disputar aqueles grandes e importantes “derbies”, a pontapear com a “trapeira”. Trapeira que era feita com as meias da mãe que surripiávamos sem ela dar por isso.
Naquele dia, em que faltara um professor, a “malta” dispersou-se na direcção do Jardim Manuel Bívar, descendo a rua do Município. Como não me apetecia ir naquela direcção resolvi subir a rua. No Largo da Sé nem vivalma. Pensei então, como gostava muito de ler, entrar na Biblioteca Municipal.

A Biblioteca

Entrei na biblioteca; o silêncio era absoluto. Três ou quatro pessoas sentadas a ler. Dirigi-me à bibliotecária e perguntei “posso escolher um livro para ler”? Na resposta perguntou-me se tinha cartão de leitor. Respondi que não, que era a primeira vez que ali entrava. A senhora entregou-me um impresso para eu preencher e me ser entregue um cartão de leitor, podendo então permanecer dentro da biblioteca, ler ou requisitar livros aprovados para ler em casa.
Depois de cumprir o solicitado e identificado, dirigi-me às estantes procurando algo que me interessasse. Não me recordo o título mas o nome do livro deu-me a entender que seria algo atraente. Solicitei o livro junto da bibliotecária que me entregou dizendo que só o poderia ler ali, não podendo levar para casa.
Sentei-me numa das mesas e iniciei a leitura. A obra continha contos tradicionais cheios de humor, que incitavam a uma boa disposição e a rir.
Recordo o que narrei no texto o “Aparo de Cana”, as gargalhadas do Otilio Dourado tinham provocado em mim o vício do sorriso ruidoso.
E, à medida que ia lendo as histórias, o “sorriso” fazia-se ouvir dentro da biblioteca.
A bibliotecária fazia “cheeeeee”, eu olhava para ela rindo e via o seu dedo indicador encostado aos lábios, no sentido vertical. Dava para perceber. Acalmava e, abrindo de novo o livro, lá estava outra história em que o riso já gargalhava com mais ruído. E, junto de mim, estava a bibliotecária a sussurrar-me “não podes fazer barulho, estás a incomodar as outras pessoas”. Eu respondia que sim, que faria os possíveis.
Mas as histórias eram infernais e a gargalhada repetiu-se, desta vez com uma sonoridade inconcebível.
Do gabinete sai em passos largos o Dr. “Chouriço”, Director da biblioteca, com a bibliotecária no seu encalço, olha para mim e diz:
- Ponha-se na rua!
E voltando-se para a bibliotecária:
- Este senhor fica proibido de pôr os pés na biblioteca. Retire-lhe o cartão. Nunca mais cá entra!
Dá meia volta e regressa ao gabinete.
A bibliotecária olha para mim e em voz baixa:
- Entregue-me o cartão.
E a minha vida como leitor da biblioteca foi efémera.

Moderador

EDUCAÇÃO ESPARTANA


EDUCAÇÃO ESPARTANA

De António Encarnação

Quando nascia uma criança espartana, pendurava-se na porta da casa um ramo de oliveira (se fosse um menino) ou uma fita de lã (se nascesse uma menina). Havia rituais privados de purificação e reconhecimento da criança pelo pai, além de uma festa de nascimento conhecida como genetlia, na qual o recém-nascido recebia um nome e presentes de parentes e amigos.

Desde o nascimento até à morte, o espartano pertencia ao estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos (uma forma de eugenia).

A partir dos 7 anos de idade, os pais (cidadãos) não mais comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a táctica de formação.

A educação espartana, supervisionada por um magistrado especial, o paidónomo, compreendia três ciclos, distribuídos por três anos:

Dos sete aos onze anos;
Dos doze aos quinze anos;
Dos dezesseis aos vinte anos (a efebia).



Em lugar de proteger os pés com calçados, as crianças eram obrigadas a andar descalças, a fim de aumentar a resistência dos pés. Usavam um só tipo de roupa o ano inteiro, para que aprendessem a suportar as oscilações do frio e do calor.
A alimentação era bem controlada. Se algum jovem sentisse fome em demasia, era permitido e até estimulado que furtasse para conseguir alimentos, pois acreditava-se que esta desenvoltura o auxiliaria durante a guerra. Castigavam-se, entretanto, aqueles que fossem apanhados roubando - não por terem roubado, mas por terem sido apanhados.
Uma vez por ano, os meninos eram chicoteados em público, diante do altar de Ártemis (deusa grega vingativa, a quem se ofereciam muitos sacrifícios). Essa cerimônia constituía uma espécie de concurso público de resistência à dor física.
Na adolescência, os jovens eram encarregados dos serviços de segurança na cidade. Qualquer cidadão adulto podia vigiá-los e puni-los. O respeito aos mais velhos era regra básica. Às refeições, por exemplo, os jovens deviam ficar calados, só respondendo de forma breve às perguntas que lhes fossem feitas pelos adultos.
Com 7 anos, o jovem espartano entrava no exército. Mas só aos 30 anos de idade adquiria plenos direitos políticos, podendo, então, participar da Assembléia do Povo ou dos Cidadãos (Apelá).

Depois de concluído o período de formação educativa, os cidadãos de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, estavam obrigados a participar na guerra. Continuavam a viver em grupos e deviam tomar uma refeição diária nos chamados syssitia.





A educação dos homens
Os homens espartanos (esparciatas) eram mandados ao exército aos sete anos de idade, onde recebiam educação e aprendiam as artes da guerra e desporto. Aos doze anos, eram abandonados em penhascos sozinhos (só contavam uns com os outros), nus (para criarem resistência ao frio) e sem comida (para caçarem e pescarem). Aos 18 anos, voltavam a Esparta, e até os 30 anos de idade eram considerados cidadãos de segunda classe, sem direito a voto, por exemplo. Podiam ser agredidos por qualquer esparciata acima de 30 anos, ficavam nus e recebiam pouca comida (para aprenderem a furtar)[2][3]. Os jovens poderiam atacar a qualquer momento servos (hilotas), a fim de lutar e se preparar para a guerra, mas, se fossem mortos por ele, o servo receberia dois dias de folga (por conseguir matar alguém que não era bom o bastante para o exército espartano). Existia uma temporada de caça aos hilotas, para treinarem os jovens para a guerra.

O homem que conseguisse viver até os 30 anos tornava-se um oficial, voltando ao quartel com todos os direitos de cidadão espartano, além de direito ao voto, direito a ter relações sexuais com mulheres (antes dos 30 só eram autorizadas com homens) e direito a casar. Os homens engravidavam suas mulheres e casavam-se com elas; caso não conseguissem engravidá-las, devolviam-na à sua família e voltavam ao quartel para fazerem parte da tropa de elite do exército. Podiam, assim, "casar" com um homem do exército. Contudo, se conseguissem engravidar suas mulheres, casavam-se com elas e voltavam ao quartel depois de deixá-las grávidas em suas casas. Aos 60 anos, poderiam ir para a casa de suas esposas para viver com elas.

A educação das mulheres
As mulheres recebiam educação quase igual à dos homens, participando dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prática do exercício físico ao ar livre, com a música e a dança relegadas para um segundo plano (ao contrário do que tinha sucedido na Época Arcaica). Assim como os homens, também iam aos quartéis quando completavam 7 anos de idade para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa, onde recebiam da mãe aulas de educação sexual, assim que atingiam a chamada menarca (primeira menstruação), começavam a receber aulas práticas de sexo, para gerarem bons cidadãos para o estado, aulas onde se usavam escravos, com coito interrompido para não engravidarem de hilotas (servos) e recebiam também uma educação mais avançada que a dos homens já que seriam elas que trabalhariam e cuidariam da casa enquanto seus maridos estivessem servindo ao exército.

Assim que atingiam a maturidade (entre 19 e 20 anos) elas pediam a autorização ao estado para casarem, passando por um teste para comprovar sua fertilidade (engravidavam de um escravo que era só para a reprodução, sendo muito bem tratado e alimentado e morto aos 30 anos, pois era considerado velho. O filho que ela tinha com esse escravo era morto e a mulher conseguia sua autorização para casar), caso elas não conseguissem engravidar, era mandada aos quartéis para, assim como os homens, servir ao exército espartano.

A mulher espartana podia ter qualquer homem que quisesse, mesmo sendo casada, já que seus maridos ficavam até os 60 anos de idade servindo ao exército nos quartéis, e podia também requisitar o seu marido ao general do quartel, mas o mesmo não poderia ser feito pelos homens.

Muitos filhos era sinal de vitalidade e força em Esparta, assim, quanto mais filhos a mulher tivesse, mais atraente ela seria, podendo engravidar de qualquer esparciata, mas o filho desta seria considerado filho do seu marido.


FONTES = net
Plutarco (50-120 d.C.),
filósofo e prosador grego do período greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada por Platão).
Xenofonte DISCIPULO DE SOCRATES

O do Diogo é o que queremos, este é o que temos

É importante neste momento dar os parabéns ao Diogo pela importância do tema que aborda e pelo apelo implícito que faz ao debate, que se quer, honesto, frontal e sem apelo a politiquices, políticos, politiqueiros ou partidarismos.
Quero também felicitar o Moderador, pela coragem da publicação, sem se preocupar com as criticas que por aí, eventualmente, virão. Cumpre em minha opinião, o papel que lhe foi atribuído.
Contava-se há uns anos atrás uma piada (esta minha tendência) que entendo ainda hoje ser actual:
Dizia-se que Clinton tinha enviado a Portugal um emissário, porque lhe tinha constado que a legislação portuguesa era a melhor e a mais perfeita do mundo. O enviado ao regressar, confirmou ao Presidente que de facto assim era, mas que ainda faltava uma lei.
- Qual? perguntou Clinton
- Uma lei que faça cumprir a lei.
Chegando a este ponto, quero, sempre no meu entendimento, focar alguns aspectos, que são sempre polémicos e que estão na base dos grandes problemas de Portugal, senão, vejamos:
1) – A Constituição dos Estados Unidos da América
Tem 26 artigos
A constituição original tinha 7 artigos
( Sei que depois cada Estado tem a sua constituição, porém a dimensão do país
justifica)
2) – A Inglaterra não tem constituição (questiona-se se não existirá uma constituição
não escrita)
3) - A Constituição da República Portuguesa
Tem 296 artigos
Volto a referir, na minha opinião, existem 2 artigos no nosso Código Civil, muito bons quando usados para o bem, muito maus quando utilizados com outros fins, São eles o Artigo 9º. E o Artigo 10º., se me permitem vou transcrever o 9º.
Código Civil (Artigo 9º.)
(interpretação da lei)
1. A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir dos textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições especificas do tempo em que é aplicada.
2. Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso.
3. Na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o legislador consagrou as soluções mais acertadas e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados.
Artigo 10º.
(Integração das lacunas da lei)
Poupo-vos a transcrição, leiam e façam a interpretação, que entenderem.
Isto tudo sem falar no espírito da lei.

O que atrás ficou expresso, tem, para além das várias aplicações que se podem fazer no dia a dia, uma influência determinante nas leis que nos regem e na sua aplicação, feita muitas vezes consoante a interpretação que lhes dão os agentes responsáveis pela citada aplicação.
Não sendo esse o objectivo principal, bem vistas as coisas, há aqui uma forte ajuda ao nosso moderador, de forma a permitir-lhe um mais lato espaço de decisão, relativamente ao famoso artigo 4 dos Estatutos, responsável pela maior parte das polémicas do nosso blogue.
Quero aqui deixar bem expresso que não sou um homem do Direito, sou Técnico Oficial de Contas. No entanto aos 58 anos meteu-se-me na cabeça que deveria fazer Direito Fiscal. Entrei na Universidade Lusíada em Lisboa e lá andei até ao 3º ano, fui forçado a desistir porque aos 61 anos não aguentava fazer de Segunda a Sexta mais de 320 Km diários, saindo de casa antes das 18,00 horas e regressando para jantar depois das 01,00 do dia seguinte, no entanto alguma coisa ficou.
Um abraço costeleta
António Viegas Palmeiro

DIVULGANDO NOSSOS POETAS

A POETIZA AMELINHA.

AMÉLIA JÚDICE SANTOS, nasceu em Paderne no dia 28 de Fevereiro de 1907 e faleceu no dia 7 de Fevereiro de 2006

O gosto pela poesia nasceu muito cedo, reescrevendo, ou lendo os versos de poetas consagrados, nas chamadas récitas.

É de sua autoria este texto.

SAUDADE


Esta palavra saudade
Que a todos vai visitar
Seja partir ou chegar
Nem mais ela desliga
Fica para toda a vida
Até à Eternidade

Se eu disser que a saudade
...........................................
...........................................
Diz o Professor José Carlos Vilhena Mesquita, "A poesia é o paraíso da inteligência e das ideias, é a suprema elevação do pensamento, um alfobre de concepções quiméricas e de altruística entrega aos valores humanísticos do amor e da amizade.

A poesia é também uma seara de emoções e de sentimentos, de cujo pão se alimentam sonhos de liberdade e de solidariedade, que se consubstanciam no afecto e na lealdade, no desvelo e na paixão.

A poesia é um ascético templo de reflexão e desinteressada meditação sobre o fogo do amor, a luz do pensamento, a chama da vida e o imperscrutável mistério da morte.

O poeta é um singular actor, um privilegiado observador e um genial pintor, que no tablado da vida escreve com a pena molhada em lágrimas, poemas de amor e de sofrimento, passando indelevelmente para o etéreo, mas deixando atrás de si um rasto de ideias e de emoções, de que outros comungarão como uma terapia de vida ou um lugar de resistência."

Palavras retiradas do blogue
http://algarvehistóriacultura.blogspot.com

Mais obras da poetisa: PADERNE TERRA DE ENCANTOS,JÁ FUI MOÇA, AQUELA VELHINHA.


Texto e recolha de
João Brito Sousa

PRAIA DA ROCHA


POSTAL ILUSTRADO


Fotos Algarvias
enviado por António Viegas Palmeiro

QUE PORTUGAL QUEREMOS

Caros colegas
Exitei,parei,recuei e avancei de novo na aventura de passar para a escrita estes pensamentos/refleccoes.
Provavelmente nao passarao do patamar de serem lidos pelo "moderador"e,enviados para a 'sexta seccao",vulgo "delete"
Que Portugal queremos? Agora temos um sem Norte,sem a capacidade e a elasticidade para se adaptar a' globalizacao e internaciolizacao da economia,ate' agora quase sem chefias clarividentes porque muitas apenas de "politicos profissionais" e que levam as instituicoes a estagnar e funcionar como estao.
Temos um Portugal que gasta mais do que produz,que vai ficando mais pobre em relacao a' Europa onde se integra.
Alem de produzir menos,nao tem competitividade para vender os seus produtos.
No emprego,se a espiral de salarios prosseguir,a consequencia fatal sera o aumento de desempregados.
Fazer "formacao profissional" de seis meses quando para as mesmas seriam necessarios tres anos,levam a que os empresarios desconfiem dessa formacao e nao admitam.
Fazer licenciaturas de tres anos onde cinco ate' podem ser pouco,e' criar desempregados e frustacoes.E' a demagogia de tudo ser doutor !
Ou o estado cria condicoes para atrair investimento interno e externo ou e' fatal que o investidor escolhe outros paises para onde ir(...segundo Medina Carreira).
O investimento nao se atrai dando borlas que uma vez sugadas ate' ao tutano,fecham as portas e vao embora..e' preparando o" terreno"das competencias dos portugueses.
A maquina do estado (...outra vez segundo o dr Medina Carreira),come 80% das receitas num sistema fiscal desadequado.
A verdade nua e crua ,e' que se os portugueses querem viver em democracia,terao de recuperar a economia,produzindo e trabalhando mais e reduzir as despesas do estado.
Um abraco para todos....se isto for publicado.
DIOGO

CANTINHO DOS MARAFADOS

O PADRE E A PECADORA



- Padre, perdoe-me porque pequei (voz feminina)
- Diga-me filha - quais são os seus pecados?
- Padre, o demonio da tentação se apoderou de mim, pobre pecadora.
- Como é isso filha?
- É que quando falo com um homem, tenho sensações no corpo que não saberia descrever...
- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem...
- Sim, padre, por isso vim confessar-me consigo.
- Bem filha, como são essas sensações?
- Não sei bem como explicar - neste momento meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais a vontade.
- Sério??
- Sim, desejo relaxar - o melhor seria deitar-me...
- Filha, deitada como?
- De costas para o piso, até que passe a tensão...
- E que mais?
- É como um sofrimento que não encontro palavras.
- Continue minha filha.
- Talvez um pouco de calor me alivie...
- Calor?
- Calor padre, calor humano, que leve alívio ao meu padecer...
- E com que frequência é essa tentação?
- Permanente padre. Por exemplo, neste momento imagino que suas mãos massageando a minha pele me dariam muito alívio...
- Filha?!
- Sim padre, me perdoe, mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito...
- Por exemplo, eu?
- Sim padre, você é o tipo de homem que imagino poderia aliviar-me.
- Perdoa-me minha filha, mas preciso saber tua idade...
- Setenta e quatro, padre.
- Filha, vai em paz que o teu problema é reumatismo...
António Viegas Palmeiro

DO CORREIO ELECTRÓNICO

O DESTINO MANDA E NÓS OBEDECEMOS


Tinha programado para hoje escrever sobre algo diferente, mas ontem à noite, antes de dormir, repetindo uma rotina de todas as sextas-feiras, fui ler o jornal “a Avezinha” do qual sou assinante. Trata-se, para quem não conheça, de um semanário algarvio, editado em Paderne e que cumpre com orgulho o seu ano 89.
Fui agradavelmente surpreendido na página 4 com um artigo de opinião com o título “Crise e esperança” e mais surpreendido ainda fiquei ao constatar que o autor era o nosso costeleta João Brito Sousa.
O artigo é brilhante. O meu objectivo não é comentar a ligação do João a Paderne, provavelmente até é natural de lá; mas sim, o meu envolvimento com aquela terra.
Eu nunca por lá tinha passado e não conhecia ninguém.
Quando cheguei ao Brasil e no primeiro dia de trabalho, numa empresa com raízes portuguesas, fui apresentado aos colegas. Depois da apresentação aproximou-se um colega que me perguntou: De onde és lá em Portugal?
- Disse-lhe sou “Alengarvio” e expliquei-lhe a minha ligação ao Alentejo e ao Algarve. Disse-me então; eu sou espanhol, o meu pai era de Sevilha e a minha mãe é de Tavira e tu hoje vais almoçar comigo, porque eu quero que conheças a minha mãe. Conheci então uma pessoa maravilhosa que me recebeu como se eu fosse um amigo de longa data.
À saída recomendou ao filho que me apresentasse ainda naquele dia a uns outros amigos, o que aconteceu ao fim da tarde.
Os novos amigos eram algarvios, proprietários de um bar e restaurante e eram cunhados, casados com duas irmãs.
As duas senhoras e um deles são de Paderne o outro é do Algoz, descobrimos de imediato amigos comuns e só consegui sair de lá com o compromisso de que o fim de semana seguinte seria passado na casa deles, convite obviamente extensivo à minha família.
Conheci nesse fim de semana a família Júdice. Durante quase 10 anos, que foi o tempo da minha aventura brasileira, a porta daquela família sempre esteve aberta para acolher no seu seio, a minha família. Foram todos os dias de Natal, todos os dias de Páscoa e quase todos os fins de semana. Só quem viveu fora do país avalia o que representou para nós este acolhimento.
Passados poucos meses após o meu regresso a Portugal, um dos casais veio de férias, de imediato fui a Paderne e conheci então a família na sua origem e a maior parte dos seus familiares. Foi nessa oportunidade que conheci uma pessoa maravilhosa, a Dona Amélia Júdice (Amelinha, para a família e para os amigos mais próximos).
No dia em que nos conhecemos fez-me de imediato assinante da Avezinha e deu-me os livros que já tinha publicado.
Eu ficava embevecido olhando o seu rosto sereno, o sorriso bondoso, a paz que transparecia. Ela contava-me como escrevia os seus versos, religiosamente publicados pelo jornal de que tanto gostava. Dizia-me então que sonhava, ou pensava quando estava deitada e que a primeira coisa que fazia ao levantar era escrever tudo o que ia na sua cabeça.
Meu caro João, será que a Amelinha, certamente a conheceste bem, não merecia o seu nome, numa rua da terra que tanto amava?
Foi assim a minha ligação a Paderne! A terra tem que ser boa, quando as pessoas o são. Notável o esforço e a dedicação de todos ao nível da cultura, num meio tão pequeno.
Um forte abraço costeleta
António Viegas Palmeiro

CANTINHO DOS MARAFADOS

"O PODER DA PROPAGANDA"

Duas criancinhas de cinco anos conversam no quarto.
O menino pergunta para a menina:
- O que você vai pedir no DIA DE NATAL?
- Eu vou pedir uma Barbie, e você?
- Eu vou pedir um TAMPAX! - responde o menino
- TAMPAX?! O que é isso?!
- Nem imagino... mas na televisão dizem que com TAMPAX a gente pode ir á praia todos os dias, andar de bicicleta, andar a cavalo, dançar, ir ao clube, correr, fazer um montão de coisas legais, e o melhor... SEM QUE NINGUÉM PERCEBA.
Que tal esta, Palmeiro?
Recebida do Maurício (alterei uma palavra)

TAVIRA




enviado por António Palmeiro

FEIJOADA BRASILEIRA






FEIJOADA BRASILEIRA

Verão no hemisfério Sul !
Apesar do feijão fazer parte do Cardápio Brasileiro em qualquer época do ano , existe divergência com a feijoada , tem os que evitam por de ser um prato forte , e outros que não se importam com as calorias !
Historicamente a origem da feijoada Brasileira vem do tempo dos Escravos , ( embora com influência dos Portugueses , que também temos nossas feijoadas ) em que os donos tinham de os alimentar para terem robustez e poderem executar suas tarefas , que de acordo com a forma de pensar na época se tratava de “ equipamento “caro e tinha de ser rentável !


Daí lhes darem os restos das carnes dos animais que consumiam , Retiravam as partes nobres : no Porco o Lombo ; Pernil ( perna ) Costelinha ( entrecosto ) . Nas vacas o Contra-filé ( Rosbife ) ; Filé Mignon ( Lombo ) o Coxão ( Pujadoro ) alcatra ; Lagarto ( ganso ) Patinho ( rabadilha ) etc. !
Pela falta de meios de conservação ( frio ) salgavam o Toucinho e secavam ao sol as peças , menos apreciadas da carne das Vacas !
Nasciam desses aproveitamentos acrescentados no feijão Preto a Feijoada a que davam maior consistência com Farinha de mandioca , acompanhando a couve!
Com o andar dos tempos a mesma ganhou status Social ! foram acrescentados os embutidos (enchidos = Lingüiça, Paio etc ) a farinha de mandioca virou Farofa !

Existem restaurantes em a mesma tem dias certos na semana , apreciadores não faltam para o Prato Principal ( que divide com o Churrasco ) o top na gastronomia Brasileira !

Pessoalmente em muitas cidades tenho experimentado a feijoada No entanto a realidade é que aqui no Brasil a mais saborosa sempre encontrei em casa de amigos !

Em Portugal faço referência á melhor feijoada de Brasil /Portugal para o Restaurante Galeto onde me serviram há cerca de 30 anos !
Enquanto a melhor apresentada foi na mesma época num Restaurante na Rua dos Condes , ambos em Lisboa !

Uma Sugestão para este fim de Semana ? Bom proveito !

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

HAJA SAÚDE

HAJA SAÚDE

EU GOSTO DESTE BLOGUE


Uma vez, ouvi o actor Anthony Quinn, dizer não sei onde, a propósito do basquetebol americano, o seguinte: “I LOVE THIS GAME”.

Comigo, passa-se um bocado isso, tenho falta deste espaço onde encontro amigos, mesmo que às vezes não estejamos de acordo.

I LOVE THIS BLOGUE.

Também aqui aprendi a aceitar o não, apesar de ser difícil a princípio. E, apesar de já saber isso, certifiquei-me aqui que nem sempre temos razão. È importante saber ver os nossos erros. Eu sei como isso é difícil, porque estou quase sempre do lado errado e tenho que digerir essa condição.

A vida, pode correr-me mal amanhã (oxalá não), mas neste momento, sinto-me bem, pelo simples facto do senhor Moderador publicar o meu longo comentário. Sinto aqui uma mudança de comportamento.

E isso alegrou-me a alma.

Acho que poderemos voltar a sonhar. Trocar ideias, discutir os assuntos correntes, de forma a enriquecer os nossos conhecimentos. O que é salutar. E temos bons interpretes.

Vamos nessa?

Até já nem tem importância saber quem é o Alfredo Mingau. Ele já disse que era costeleta anos 40. Á vida é dar e receber. Temos que entender isso. Senhor Moderador, dê-nos a liberdade que nós lhe daremos a si e ao nosso espaço todo o nosso respeito.

E o nosso entusiasmo de jovens de sessenta e tal anos.
E escreveremos os nossos textos com devoção, E queremos que o Palmeiro não se vá embora e fique com histórias costeletas
E o Alfredo pode continuar com as suas crónicas “FIGURAS DO ALGARVE”, que eu prometo ler e comentar.

Sinto-me um irmão de todos.
Sinto uma lágrima a rolar de felicidade

E de ser costeleta.

E de ter sido aluno do Professor Américo, a quem deixo um abraço.

Mais outro para todo o universo costeleta, do Minho ao Algarve e todo o mundo, quiçá, como diz o meu amigo Matias, que jogou com o nº 7 no Olhanense.

Pela unidade costeleta
João Brito Sousa

DO CORREIO



Para todos os meus amigos Costeletas.

Recordo aqui, muitos daqueles com quem convivi.

De alguns confesso já não recordo o nome.

Com quase todos houve em vários momentos uma vivência que a fase de adolescência não permite esquecer

Alguns já partiram.

A todos renovo meus sinceros desejos de Boas Festas, extensivo às respectivas famílias.

Jaime Reis


CANTINHO DOS MARAFADOS

O Algarve no Brasil

A história que vos conto hoje é verídica e alguns dos intervenientes são pessoas conhecidas em Faro.
Penso que o único costeleta era eu.
Juntaram-se na mesma empresa em São Paulo, a trabalhar, eu, o meu compadre Guilherme , (filho do senhor Rodrigues, da Casa Rodrigues na Rua de Santo António) o Coelho, que era de Loulé, o Mendonça, de Tavira, um engenheiro cujo nome não me recordo e que morava no Patacão.
O meu amigo Roque, (do Restaurante Roque, na Ilha) tinha acabado de sair da empresa e regressado a Portugal, acho que veio assumir o restaurante por motivos de saúde dos pais.
Num jantar de fim do ano da citada empresa, vocês não estavam lá, mas eu garanto-vos que o Algarve estava bem representado.
Terminado o jantar, o grupo saiu junto; o estacionamento onde estavam os carros era um pouco longe e lá viemos a pé, conversando e lembrando episódios passados; Vividos aonde?
Façam um esforço e adivinhem! É claro que só podia ser em Faro.
Como ainda não estávamos suficientemente “calibrados” encontrámos um bar, já com a porta meio fechada e cujo dono (português) se dispôs a servir-nos a penúltima, ou seja a chamada “saideira”.
Por detrás do balcão arrumando e limpando, estava um empregado, com ares efeminados e que ao falar nos apercebemos ser português também. Trava-se então o seguinte diálogo:
- Você é português? Perguntou o Mendonça:
- Resposta: Sou sim.
- Insiste o Mendonça: Mas é do norte?
- Não, sou do sul.
- Mas não é do Algarve? Insiste agora o Coelho:
- Sou de “Legos”.
Num ápice o Coelho voou por cima do balcão, as mãos dele engalfinharam-se no pescoço do infeliz e foi o cabo dos trabalhos para conseguir que ele largasse.
Dizia o Lacobrigense, ai que ele me mata!
Respondia o Coelho: O que é que um desgraçado destes, vem fazer para tão longe? Só dar má fama ao Algarve.
Naquele tempo ainda se estranhava, hoje está banalizado, mas as histórias ficaram.
Um abraço a todos
Saudações costeletas
António Viegas Palmeiro

JULIO DANTAS




JÚLIO DANTAS



De Alfredo Mingau
( Costeleta da "Velha Guarda" dos anos 40)

Introdução

O que é mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo, escrevendo pouco.

Biografia

Era natural de Lagos, onde nasceu a 19 de Maio de 1876.
O pai era militar, tendo estudado no Colégio Militar. Formou-se, depois, em medicina (1909), na Escola Médico-cirúrgica de Lisboa.
Além de médico foi poeta, jornalista, político e dramaturgo.
Exerceu as funções de oficial médico do exército português. Foi Presidente da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente do Conservatório Nacional.
Como político foi Ministro da Instrução Pública e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1921-1923) e embaixador no Brasil (1941-1949), tendo-se destacado na colaboração de um acordo ortográfico com o Brasil.
Almada Negreiros considerou Júlio Dantas como retrógrado, dedicando-lhe o Manifesto Anti-Dantas.

A sua obra

Em 1893 Julio Dantas publicou no Jornal Novidades o seu primeiro artigo e em 1897 lançou o seu primeiro livro de versos.
Considerado de estilo naturalista, como se pode apreciar em Paço de Vieiros (1903), e o Reposteiro Verde (1921), consideradas as suas melhores obras.
“A Ceia dos Cardeais” (1902) foi bastante popular e, da sua obra “A Severa”, foi feito, em 1931, pelo cineasta Leitão de Barros, o primeiro filme sonoro português.
Em poesia escreveu: “Nada” (1896) e “Sonetos” (1916).
Em teatro editou: “O que Morreu de Amor” (1899); “Viriato Trágico” (1900); “A Severa” (1901); “A Ceia dos Cardeais” (1902); “Paço de Vieiros” (1903); “Um Serão nas Laranjeiras” (1904); “Rosas de Todo o Ano” (1907); “Auto de El-Rei Seleuco de Camões” (1908); “Soror Mariana” (1915); “O Reposteiro Verde” (1921); “Frei António das Chagas” (1947).
Em prosa escreveu: “Outros Tempos” (1909); “Figuras de Ontem e de Hoje” (1914); “Pátria Portuguesa” (1914); “O Amor em Portugal no Século XVIII” (1915); “Abelhas Doiradas” (1920); “Arte de Amar” (1922); “Cartas de Londres” (1927); “Alta Roda” (1932); “Viagens em Espanha” (1936) e “Marcha Triunfal” (1954).
Traduziu as seguintes obras: “Rei Lear” de William Shakespear; “Cyrano de Bergerac” de Edmond Rostand; “O Azougue” de Paul Saunière; “O Caminheiro” peça em 5 actos de Jean Richepin.

Júlio Dantas faleceu em Lisboa no dia 25 de Maio de 1962.

FARO ENVIADA POR ANTONIO PALMEIRO

RUA MANUEL ARRIAGA , 7



RUA MANUEL ARRIAGA , 7


Praticamente fica em frente á entrada principal da Escola !
Na nossa época pertencente á D. Adelaide que alugava quartos para estudantes que moravam em outras localidades e freqüentavam a Escola ! os mesmos levavam lá seus amigos e amigos de amigos , transformando uma parte da casa numa pequena república onde Estudavam e passavam o tempo entre as aulas !
Por muito esforço que faça não consigo recordar o nome de nenhum ,um deles rapaz muito inteligente ! quando em pequeno tinha de acordo com o que falou metido a mão na engrenagem de um engenho de tirar água das noras , e ficou sem parte do braço até ao cotovelo , era de Olhão .
Também se encontrava hospedada na mesma casa , uma senhora que desempenhava as funções de Contínua á entrada da Escola , junto ao Senhor Viegas !

Por acaso a D. adelaide era Prima de meu Pai , daí freqüentar a casa !

Lá passava a maior parte do tempo , almoçava , estudava e deixava os livros , equipamento de ginástica , e até me emprestava dinheiro para investir nos comércios em frente á Escola , Pinhões , Revistas etc. cuja conta mais tarde meus pais acabavam de pagar sem me perguntarem a que se destinava !

Aconteceu um dia em que na aula de educação Física não sei se pelo Dr. Américo ou do Sr. João que trabalhava na Parte do ginásio , houve a ordem de fiscalizar as Toalhas de banho dos alunos ( existia o hábito de empréstimo entre alunos de turmas diferentes aos outros para evitar a falta ) .
Naturalmente que a D. Adelaide foi nesse dia a salvação para alguns pelo empréstimo das Toalhas , inclusive da minha !
Só que quando chegou a minha vez , estava tranqüilo mas, não contei que a mesma também tinha sido utilizada e ainda estava húmida.
Resultado também apanhei falta !

É com saudade que relembro a casa , assim como a do Felizardo e Glorinha , supondo que o Neto se chama Júlio e foi nos anos seguintes meu amigo , até que freqüentava a casa dele e dos Tios conhecidos como Mecharrinhas .

Saudações Costeletas
António Encarnação

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO DE ANTONIO PALMEIRO

AMIZADES COSTELETAS

AMIZADES COSTELETAS

Fizeram-se grandes amizades na Escola, mesmo entre rapazes. Amizades a sério que ainda hoje perduram. Em todos os estabelecimentos de ensino é assim. Vou recordar um pouco isso.

Em primeiro lugar, quero referir o Alex, ou o russo ou o cenoura, ou o Alexandre, porque era amigo de todos. Foi funcionário do BPSM em Lisboa e depois em Portimão. Uma vez vi-o eu andar montado num triciclo no interior da Papelaria Silva. Nas aulas de Contabilidade com a Drª Florinda ficava cá atrás. Quem lá esteve viu. Foi um costeleta brioso. Era o primeiro a ser chamado nas aulas do Dr. Uva.
Caderno em dia, 12 valores.

Alberto Rocha e José Emiliano, curiosamente dois costeletas que forjaram a sua amizade após saída da Escola; na tropa, em Tavira. A tropa é outro onde se fazem, igualmente, boas amizades, onde há entreajuda, tipo, um por todos e todos por um. Tenho o grato prazer de ser amigo dos dois. Sim senhor, somos amigos e compadres disse-me o Zé Emiliano. Falo muitas vezes com o Alberto Rocha, que já tem filhos crescidos. E mantém uma grande ligação de saudade e respeito pela Escola e pelos Mestres e Professores que lhe ensinaram coisas. Um abraço para os dois.

Zé Bartílio da Palma e Zé Mateus Ferrinho Pedro. Creio que não se vêem há muito tempo. Bancários reformados, no tempo de estudantes iam para a Alameda relembrar aula de História do Dr. Furtado, o camarada, amigo e professor.

Zeca Basto e Zé Jacinto, o bancário e o homem da cortiça. Grandes amizades na tropa em Tavira e grandes cenas. A pomada que o Basto usava para engraxar as botas foi um sucesso. Ainda hoje é recordada. Um abraço para os dois.

Os homens das motorizadas, Zé Clérigo do Passo da Fuzeta o primeiro a ter automóvel, o Hernâni de Quarteira com o Cucciollo, o João Ramos de Loulé com o Alpino, o Hélio de Loulé com o Lutz, o Zacarias de Estói com o Alpino, o Danilo de Pechão igual, o Diogo com a Mondial e muitos outros.

João Brito Sousa

SOCORRO – QUEM NOS ACODE?

SOCORRO – QUEM NOS ACODE?

Pobre país


Ao ler a revista Domingo, do jornal Correio da Manhã, deparei-me, na secção “Frases da Semana”, com esta “pérola”!
- “Estes colunistas de m*, tão jovens, submissos, obsoletos, em vez de pensarem: ‘que sorte ter um homem com esta capacidade de rebeldia’ , estão assustados porque José (Saramago) tocou num livro sagrado”
Pilar del Rio, mulher do escritor (Revista Pública/Jornal Público)

- Eu pergunto: Mas o que é isto? Onde estamos? Para onde vamos?
Primeiro o José (assim a senhora lhe chama) num ataque de senilidade (ou talvez não), propõe e advoga, que Portugal se transforme numa província de Espanha. Depois escreve o livreco que se conhece e tem acesso, à comunicação social, da sua proposta província espanhola, para com uma publicidade agressiva, qual vendedor da banha da cobra, vender o seu produto.
Agora surge a ex- freira (ou freira arrependida) insultando os jornalistas, apelidados de colunistas, com um despudor inaudito.
Eu gostaria de saber como a comunicação social espanhola iria reagir se alguma mulher portuguesa, os insultasse de forma tão desbragada. Ia ser o bom e o bonito!
Mas nós somos assim, coitadinhos, brandos costumes, comemos e calamos.
Como se não nos bastassem os ingleses e os danos causados em todos os aspectos: imagem, economia (comprovadamente causa objectiva de desemprego) com a história triste, da infeliz menina da Praia da Luz.
Neste triste episódio, só fornecemos o palco. Os actores, a peça, directores, contra-regra,
todos eram ingleses, só o bobo da corte era português e está a pagar bem caro a ousadia.
Um abraço
António Viegas Palmeiro

PORTIMÃO DE ANTONIO PALMEIRO

CANTINHO DOS MARAFADOS

CANTINHO DOS MARAFADOS
Rir continua a ser o melhor remédio

Esclarecimento prévio: No Brasil um mau condutor é chamado de "barbeiro" uma manobra mal efectuada é uma "barbeiragem"

Vamos ao facto contado naquele tempo como verídico.

Após a "descolonização exemplar" muitos dos nossos compatriotas foram directamente para o Brasil, muitos conseguiram até levar o carrinho por via maritima, uns chegaram ao destino outros não, mas isso é outra história.
O nosso patrício, José Maria, barbeiro de profissão, teve sorte e conseguiu levar o descapotável com que passeava pelas ruas de Lourenço Marques (hoje Maputo). Mais importante do que levar foi ter a sorte que o mesmo chegasse ao destino, o porto de Santos.
Depois de cumpridas as formalidades alfandegárias, resolveu, acompanhado pela esposa, a D. Maria da Conceição, sair do porto de Santos, com destino a São Paulo, ao volante da máquina.
Esqueceu um pequeno pormenor; estava acostumado em Moçambique, (influência da África do Sul por sua vez influenciada pela Inglaterra) a conduzir pela esquerda e como é sabido, no Brasil, tal como aqui e na maioria dos países do Mundo a condução é feita pela direita.
Assim, conduzindo na mão contrária, cada carro que se cruzava com ele, fazia malabarismos para não bater no carro do José Maria.
Obviamente lá vinha a businadela da ordem e o grito: - Barbeiro, barbeiro!
O José Maria sorria feliz e dizia à Maria da Conceição: - Chegámos há uma semana e aqui já toda a gente me conhece! e continuava feliz sorrindo a cada buzinadela e a cada grito de "barbeiro" como que a agradecer o cumprimento.
Ao cruzar com um motorista mais mal disposto, em vez de Barbeiro, ouviu então "filho da p***".
A Maria da Conceição não perde a oportunidade e diz-lhe:
Parece que a senhora minha sogra também é muito conhecida por aqui.
Coitada, ao terceiro dia já conseguia abrir um dos olhos.
Um abraço
Antonio Viegas Palmeiro

CANTINHO DOS MARAFADOS

CANTINHO DOS MARAFADOS

O Ministério da Saúde adverte: - Não rir é prejudicial à saúde
Dê no mínimo 3 boas gargalhadas por dia (Isento de Impostos)

Um lisboeta, de passagem pelo Alentejo para apanhar sol no Algarve, foi surpreendido com a notícia recebida via telemóvel, de que um amigo de Beja, tinha morrido e seria enterrado naquela tarde.
- Chateado com a situação, a perda de um amigo de longa data, procurou saber onde seria o velório e foi para lá.
- Ao chegar, viu que no caixão estava o morto inteiramente nu e ao lado um grande pote cheio de creme, no qual cada um dos presentes metia a mão e após apanhar um pouco, passava sobre o defunto.
- Surpreendido pela cena, coisa inusitada para ele aproximou-se da viúva e perguntou:
- Desculpe a ignorância, mas o que lhe estão a fazer, é tradição por aqui?
- A viúva respondeu: - Não! É inédito! Nunca o fizemos. Ele é que pediu, deixou escrito, como sua ultima vontade que queria ser cremado...
(ai, ai! Se a minha mulher e a minha filha, alentejanas de boa raça, descobrem, ainda levo uma sova)
(as outras duas filhas vão rir com gosto, são algarvias)
Antonio Viegas Palmeiro

FOTOS ALGARVIAS = ARMAÇÃO DE PERA DE ANTONIO PALMEIRO

ALVOR TORRALTA = FOTO DE A. PALMEIRO

CANTINHO DOS MARAFADOS

CANTINHO DOS MARAFADOS



Rir é o melhor remédio

Um sujeito muito franzino está em tribunal com a cara toda rebentada. O Juiz pergunta-lhe; então homem o que lhe aconteceu?
Ao que este responde:
Senhor doutor Juiz, na terça feira passada saí já de noite do trabalho e encontrei uma prostituta encostada a uma parede, que tinha acabado de parir, como sou muito sensível não resisti e fui a correr a uma farmácia, comprei um grande quantidade de fraldas, algodão, álcool, doddots e outros artigos que o farmacêutico me indicou como necessários naquela emergência.
No caminho de volta fui parado por um policia que tinha uns 2 metros de altura e muito forte, que me perguntou desconfiado:
Para onde é que esse material vai?
E eu respondi:
Vai prá p*** que pariu!
Desde ai não me lembro de mais nada, Senhor Doutor.
Acordei 3 horas depois no hospital com boca e a cara neste estado.

Antonio Viegas Palmeiro

FARO

BUSCA E DESCOBERTA; VIAGEM E CHEGADA

DO CORREIO

A FRASE DE KARL POPPER, citada pelo Rogério
BUSCA E DESCOBERTA; VIAGEM E CHEGADA
A ciência será sempre uma busca e jamais uma descoberta. É uma viajem,
nunca uma chegada. (Karl Popper)
A ciência, diz Popper, será sempre uma busca e jamais uma descoberta..
Não estou lá muito de acordo, porquanto, busca, é a procura no sentido
de descobrir algo em sentido genérico e descoberta é uma palavra
direccionada mais para o conhecimento e significa, num certo sentido,
a criação de algo através do conhecimento científico ou técnico, é o
reconhecimento do valor de algo até agora ignorado, é a experiência de
algo vivido pela primeira vez…. Por isso, entendo que ciência é
descobrir.
A ciência está mais ligada ao progresso e não à busca. Em minha
opinião, a ciência tem evoluído levada por necessidades de
investigação surgidas. Primeiro surge a causa que motiva a
investigação, que, se for bem sucedida, tem condições para se
constituir como um trabalho científico, que será certificado pela
Academia das Ciências e constitui-se como um ramo da ciência.
Na óptica de viagem e chegada, não me parece que a ciência seja uma
viagem nem tão pouco uma chegada, apesar de Popper afirmar isso. A
ciência, não vai em passeio, quando investiga trabalha com seriedade,
dispensando o aspecto lúdico da viagem. A ciência é a ferramenta de
maior utilidade ao progresso da humanidade e nunca encontra um porto
de chegada porque o seu trabalho é contínuo.
Para percebermos a frase de Popper é preciso perceber a sua filosofia.
Popper é melhor conhecido pela sua defesa do falsificacionismo como um
critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, e pela sua
defesa da sociedade aberta.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos aproximar-nos
dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório.
Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas
observações, devemos perguntar-nos, será que é mesmo assim ? Ou será
que posso demonstrar que ela é falsa ?
A ciência, depois de testada não deverá oferecer dúvidas. Popper
admite demonstrar que o conceito é falso. Não concordo
E tu meu caro costeleta?
Investigação e texto de
João Brito Sousa

MANUEL TEIXEIRA GOMES



RELEMBRANDO GRANDES FIGURAS ALGARVIAS


MANUEL TEIXEIRA GOMES

De Alfredo Mingau - (Costeleta da "Velha Guarda" - anos 40)

Introdução

Para não tornar as minhas crónicas/biográficas longas e maçadoras, resolvi faze-las resumidas mas, numa resenha que dê a entender o percurso da pessoa escolhida.

Biografia

Manuel Teixeira Gomes nasceu em Vila Nova de Portimão em 27 de Maio de 1862.
Os Pais José Líbano Gomes e Maria da Glória Teixeira Gomes.
Estudou no Colégio de S. Luís Gonzaga até aos 10 anos de idade, de onde saiu para o Seminário de Coimbra para continuar os estudos. Passou, depois, para a Universidade de Coimbra frequentando Medicina e perde-se numa vida de boémia.
Mas o pai continua a dar-lhe uma mesada deixando-o viver a vida como ele queria. Entretanto, porque a sua tendência era para a arte, literatura, pintura e escultura, seguiu a literatura, continuando a dedicar-se, também, às outras, tendo como amigo Columbano.
Viveu alguns tempos no Porto colaborando em revistas e jornais. “O 1º de Janeiro”, do Porto e “A Luta” de Lisboa.
Como o pai se dedicava ao comércio de frutos secos, Teixeira Gomes viajou pela Europa e pelos países do Mediterrâneo como negociante.
Enamorou-se de Belmira das Neves, de quem teve duas filhas. Belmira era Filha de pescadores, facto que impediu o casamento com Manuel Teixeira Gomes por este pertencer a uma família importante de Portimão.
A sua vida política começa em 1911 como diplomata em Paris e Londres.
Escreveu “Inventário de Junho” (1899), “Agosto Azul” (1904), “Gente Singular” (1909).
Em Londres foi convidado pela Rainha Alexandra para lhe decorar o Gabinete Oriental no seu palácio de Buckingham.
Era Ministro dos Negócios Estrangeiros em Londres, quando foi chamado a Portugal, no início de 1918, pelo então eleito Presidente da República, Sidónio Pais que o demite do cargo. Teixeira Gomes fixa-se no Algarve como administrador de propriedades.
Em 6 de Agosto de 1923 é eleito como o 7º Presidente da República, depois de confrontado com Bernardino Machado.
No dia 11 de Dezembro de 1925 resigna ao cargo, partindo para Bougie, na Argélia, num auto-exilio voluntário, continuando a escrever. Uma das suas obras “O Exilado de Bougie”.
Além das obras indicadas escreveu:
- “Cartas Sem Moral Nenhuma” (1904);
- “Sabrina Freira” (1905);
- “Desenhos e Anedotas de João de Deus” (1907);
- “Cartas a Columbano” (1932);
- “Novelas Eróticas” (1935);
- “Regressos” (1935);
- “Miscelânea” (1937);
- “Maria Adelaide” (1938);
- “Carnaval Literário” (1938).
Não regressa mais a Portugal.
Morreu em 18 de Outubro 1941, na Argélia, e os seus restos mortais são transladados para Portugal em Maio de 1950. (Há quem aponte o dia 16 de Outubro de 1950).
Durante as cerimónias do funeral em Portimão foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz das três Ordens Militares Portuguesas, a Legião de Honra e as mais altas condecorações inglesas.
Foi designado Patrono da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes de Portimão.